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Números baixos Crise chega às concessionárias de automóveis Nos nove primeiros meses de 2015, 776 lojas fecharam as portas no país. Em Pernambuco, empresas preveem queda de até 20% nas vendas

Por: Thatiana Pimentel

Publicado em: 08/10/2015 08:26 Atualizado em:

Na rasteira da queda da produção de veículos – que deve recuar 23,2% até dezembro em todo o Brasil, segundo a previsão da Associação das Fabricantes de Veículos (Anfavea) – o segmento de revendas e concessionárias também sofre um grande baque. Entre janeiro e setembro, 776 concessionárias fecharam as portas no país, o que significa quase 10% das empresas deste mercado.

O dado foi divulgado pela Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave). Em Pernambuco as principais empresas do varejo preveem quedas entre 15% e 20%. Também afirmam que a crise está adiando planos de expansão.

Gleydson Zarzar, diretor da Autonunes, revenda da marca Chrevrolet, diz que está com 12% de redução nas vendas, apesar de manter boa inserção no mercado. “Somos o líder no varejo, mas também estamos sentindo a crise. Nossos principais investimentos hoje, estão parados, esperando a demanda”, relata. Como estratégia, Zarzar afirma que o foco é no atendimento ao cliente. “Se o cliente quiser, pegamos ele até em casa. Temos planos de 36 meses com 0% de juros. Além disso, também estamos investindo em feirões com grandes descontos.”

Roberto Figueiredo, diretor do Grupo Via Sul, reforça que cada marca terá um saldo diferente, mas todas as populares estão sendo atingidas. “Aqui, tivemos uma queda de 20% nos carros da Fiat, mas abrimos uma Jeep e, neste segmento, a crise não tem feito tanta diferença.” Ele acrescenta que foram vendidos 5,6 mil Renegades (fabricados em Goiana) em todo Brasil em setembro. “Para um carro que custa mais de R$ 70 mil, esse desempenho é muito bom.”

Apesar disso, no lado da Via Sul, Figueiredo admite que teve que adiar os planos de abertura de duas novas lojas no estado, que já estavam “engatilhadas” no planejamento estratégico da empresa. “É um momento de incerteza, em que temos que frear os investimentos”. Para quem quer comprar, porém, o diretor da Via Sul afirma que é uma hora oportuna. “Os preços e financiamentos estão propícios e, em breve, haverá o repasse da alta do dólar, que ainda não atingiu o segmento, mas até o fim do ano deveremos sentir esse reajuste”, adianta.

Ainda segundo a Fenabrave, 403 revendas foram inauguradas nos nove primeiros meses de 2015, o que reduz o peso das falências, mas não alivia o segmento. A federação informou também que os fechamentos deixaram um saldo negativo de 17 mil vagas de trabalho. O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Junior, destacou ontem o momento difícil do setor por conta do desaquecimento da economia. Segundo ele, o segmento voltou ao patamar de dez anos trás em relação ao volume de vendas, só que com uma estrutura muito maior.

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