Estagnação
Queda da produção industrial reforça quadro de economia fraca, avalia Besi Brasil
Economista Flávio Serrano diz que retração é reflexo de fatores domésticos, como desaceleração da atividade econômica e desequilíbrios intersetoriais
Por: Agência Estado
Publicado em: 06/05/2015 10:43 Atualizado em:
A queda de 0,8% na produção industrial em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, surpreendeu o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, que projetava recuo de 0,4% na margem. Na avaliação dele, a retração é reflexo de fatores domésticos, como desaceleração da atividade econômica e desequilíbrios intersetoriais gerados por incentivos equivocados concedidos no passado, e mostra que o quadro atual na indústria é de contração, e não mais de estagnação. "Em geral, o resultado só reforça o quadro de atividade econômica fraca, especialmente do lado da indústria", comentou.
O economista ressaltou que a contração da produção industrial foi "espalhada" entre as categorias analisadas. Segundo ele, a mais marcante foi a de bens duráveis, que acumula queda de quase 16% no primeiro trimestre e de mais de 13% nos últimos 12 meses. "Aqui está o desequilíbrio intersetorial por incentivos equivocados. Por que reduziu o IPI para veículos?", afirmou.
De acordo com Serrano, a queda de bens duráveis também é reflexo do aumento dos custos de produção em geral, tanto de insumos quanto da mão de obra. Reflete ainda, acrescentou, o recuo da renda dos trabalhadores, em razão da deterioração do mercado de trabalho, restrição do crédito e confiança em baixa. "O setor está se ajustando à nova realidade", disse, destacando que esse cenário de ajuste não deve mudar no curto prazo, com os números continuando fracos na margem.
Saiba mais...
Produção da indústria está em trajetória de queda desde setembro diz IBGE
Queda da produção em março ante fevereiro é a maior para o mês desde 2006
Produção industrial de bens de capital recua 4,4% em março, divulga IBGE
Produção industrial recua 0,8% em março ante fevereiro, revela IBGE
Produção de veículos acumula perda de 19,4% em seis meses, calcula IBGE
De acordo com Serrano, a queda de bens duráveis também é reflexo do aumento dos custos de produção em geral, tanto de insumos quanto da mão de obra. Reflete ainda, acrescentou, o recuo da renda dos trabalhadores, em razão da deterioração do mercado de trabalho, restrição do crédito e confiança em baixa. "O setor está se ajustando à nova realidade", disse, destacando que esse cenário de ajuste não deve mudar no curto prazo, com os números continuando fracos na margem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL
MAIS LIDAS
ÚLTIMAS