Vendas Feirão da Caixa tem menor saldo desde 2011 Medidas como o aumento de juros e redução do teto assustaram os pernambucano

Por: Thatiana Pimentel

Publicado em: 27/04/2015 14:57 Atualizado em: 27/04/2015 15:19

Novas taxas assustaram os clientes com renda acima de R$ 5,4 mil e que buscavam financiamentos de até R$ 650 mil. Crédito: Ricardo Fernandes/DP/D.A.Press
Novas taxas assustaram os clientes com renda acima de R$ 5,4 mil e que buscavam financiamentos de até R$ 650 mil. Crédito: Ricardo Fernandes/DP/D.A.Press

Terminou, neste domingo (26), o 11º Feirão Caixa da Casa Própria realizado no Centro de Convenções de Pernambuco. Durante os três dias do evento, 22 mil pessoas passaram pelo local, onde foram negociados mais de R$ 729 milhões e 5,7 mil contratos foram fechados ou estão em andamento. Os números ficaram bem aquém do esperado, sendo os menores desde o 6º feirão, em 2011, onde foram negociados R$ 613,5 milhões em imóveis.

A expectativa da organização era bater o saldo de 2014 que teve público de 44 mil pessoas, que negociaram R$ 1,2 bilhão em 8,9 mil contratos mas o evento deste ano só atingiu metade do número de visitantes e sentiu a redução em 35% dos contratos. A queda dos negócios se deve ao cenário econômico ruim e, principalmente, ao recente aumento dos juros com recursos da poupança (SBPE). Ou seja, as novas taxas assustaram os clientes com renda acima de R$ 5,4 mil e que buscavam financiamentos de até R$ 650 mil.

Nesta categoria, para quem não é cliente caixa, os juros continuam o mesmo, 9,15% ao ano. Já os clientes tiveram uma aumento de taxa de 8,75% a 9%, e os clientes com conta salário de 8,25% para 8,7%. Os servidores públicos com conta na caixa ou funcionários do banco também sofreram um aumento de taxa de 8%,6 para 8,7%. Todas as mudanças foram no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que financia imóveis de até R$ 650 mil.

Outra alteração que desagradou os possíveis compradores foi a diminuição do teto das operações. Antes, a Caixa financiava 90% do valor dos imóveis, agora esse teto é de 80%. As medidas foram adotadas para amenizar a escassez de recursos que o banco enfrenta por conta da redução dos depósitos na poupança. E o feirão deste ano também não ofereceu prazo estendido de carência para pagamento da primeira parcela. Em 2014, esse prazo foi de oito meses.

Com as modificações, o foco desta edição foi em habitações do Programa Minha Casa Minha Vida com teto máximo de R$ 190 mil. Ou seja, famílias cuja renda varie entre R$ 1,6 mil e R$ 5,4 mil tiveram prioridade em sua carta de crédito. Mais de 20.513 mil imóveis foram ofertados, distribuídos pela Região Metropolitana do Recife (RMR). Participaram dessa ediçãoainda 54 construtoras, cinco imobiliárias e 40 parceiros institucionais que ocuparam uma área de 10 mil metros quadrados.

Para quem perdeu, a rede de agências da Caixa continuará a atender as pessoas interessadas em financiar a casa própria, com as mesmas condições do Feirão. A taxa para imóveis do Minha Casa, Minha Vida será de 4,5% ao ano (baixa renda), e com o prazo de até 35 anos, como já é praticado no balcão. O site da Caixa também disponibiliza uma ferramenta que permite simular o financiamento imobiliário a partir do valor do imóvel ou capacidade de pagamento do tomador. O simulador da Caixa pode ser acessado no www.caixa.gov.br, opção “Habitação”.



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