AVENTURA

Vovó radical pede sessão de paraquedismo indoor de presente de Dia das Mães

A experiência soma-se a outras acumuladas pela idosa de 80 anos que não abre mão do esporte

Publicado em: 11/05/2018 11:59

Vaidosa e corajosa, aos 80 anos, Geralda Ferreira acrescenta a prática de mais um esporte radical à lista extensa de desafios que venceu. Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press

A idade não é um empecilho quando se trata do amor que Geralda Ferreira, 80 anos, tem pelos esportes radicais. A nova aventura adicionada à lista do que ela já fez é o paraquedismo indoor. Na tarde de ontem, em um túnel de vento próximo ao Lago Paranoá, a idosa realizou mais um sonho. A experiência foi o presente de Dia das Mães dado pela filha e companheira de sempre, Sonia Araújo, 54.


Batom na boca e largo sorriso, isso nunca falta no rosto cativante da senhora destemida, mesmo na hora de encarar o voo que costuma ser dispensado por muitos jovens. A sensação é de uma queda livre, mas a vovó radical concentra-se em aproveitar o momento. “Tive que fazer uma força danada, mas é bom demais! Eu gosto muito de voar”, assegura. A idosa destaca que, como de costume, o medo não faz parte da sua vida.

O instrutor que acompanhou dona Geralda enfatiza: o voo foi excelente. “Segura, ela conseguiu manter a simetria do corpo. Às vezes, esticava um pouco a perna e encolhia o braço, mas, com leve correção, conseguiu atingir uma boa estabilidade no túnel”, disse Rafael Mota, que trabalha na iFly, no Setor de Clubes Sul, próximo ao shopping Pier 21.

Em meio a críticas e incentivos, os 80 anos não são nada perante a gana que ela tem de ir além e experimentar de tudo. São muitas lembranças para contar, mas “dona Geralda”, como é conhecida, lembra com carinho de cada história com pitada de radicalismo. Questionada pelo Correio sobre a maior aventura que teve, ela escolheu o salto de bungee jump, feito em 2006, da Ponte Honestino Guimarães, com cerca de 17 metros de altura, no Lago Paranoá.
 
Infância destemida
 
Em Patos de Minas (MG), cidade natal, ela aprendeu a nadar no rio, até mesmo durante enchentes, quando morava na fazenda. “Eu levava todo mundo para lá, e minha mãe brigava demais. Ficava todo mundo (os irmãos) pelado tomando banho”, relembra em meio a gargalhadas. Na juventude, ela se mudou para o Rio de Janeiro, onde passou a treinar no mar.

Na capital federal, onde vive há 35 anos, chegou a cruzar o trajeto entre as pontes JK e a então Costa e Silva,uma distância de 5km. Atualmente, o treinamento, inclusive de saltos ornamentais, ela faz no Conjunto Aquático Cláudio Coutinho. Para chegar lá, saindo de casa em São Sebastião, ela pega pelo menos três ônibus.

Em 2008, a vovó radical se arriscou a dominar também o céu, com um salto de paraquedas em Goiânia. Dona Geralda não se contentou e repetiu o feito novamente, mesma quantidade de vezes que andou de parapente. Agora, ela se prepara para aumentar a bagagem de desafios. “Queria fazer um rapel diferente, como se fosse engatinhando, em Valparaíso (GO)”, confidencia.

Além da natação, o rapel é um dos esportes mais praticados pela idosa. Entre as descidas, ela se aventurou no Salto do Itiquira, no Buraco das Araras e na Cachoeira do Tororó. Nesta última, ela chegou a se acidentar e trincar a perna. Contudo, dona Geralda afirma: “Não foi nada”. E ainda programa o próximo objetivo para comemorar em grande estilo as oito décadas de vida completadas recentemente: saltar de um helicóptero no “mar de Brasília”. Ou seja, no Lago Paranoá, conta a vovó radical.

Paraquedismo indoor
 
Turbinas e outros equipamentos de manuseio do ar tornam possível o voo, que simula uma queda livre real. O túnel vertical costuma ser utilizado por paraquedistas com o objetivo de aprimorar a técnica e treinar manobras. Não há limite de idade.
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