Mercado de trabalho
Brasil precisa aprender a valorizar a qualificação trazida pelos refugiados
Pesquisador defende a criação de campanhas para esclarecimento sobre as condições de refúgio
Publicado em: 23/07/2017 10:40 Atualizado em:
Os refugiados têm dificuldade de usar sua qualificação profissional no mercado de trabalho brasileiro. Aqui, o professor nigeriano Olawale Shakuru leciona inglês na ONG Abraço Cultura. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil. |
Para alterar essa realidade, Magalhães acredita que são fundamentais campanhas de esclarecimento sobre a condição de refúgio. “A sociedade brasileira aprendeu a associar refugiados a fugitivos, às vezes, até como criminoso.”
Magalhães aponta que, ao considerar as dificuldades que refugiados encontram para a inserção no mercado de trabalho, é preciso observar as redes de relações que se estabelecem para cada fluxo de migração. No caso de refugiados sírios, por exemplo, é possível contar com o suporte de imigrantes que já se estabeleceram no país há mais tempo para conquistar uma vaga condizente com a formação.
O pesquisador acrescenta, no entanto, que essas dificuldades também decorrem de limites impostos aos estrangeiros pela lei brasileira. “No geral, há muita dificuldade de inserção dentro da qualificação profissional por conta de um resultado histórico das leis, tanto de refúgio, quando de migração, que dificultam muito a validação dos diplomas e certificado estrangeiro aqui no Brasil, não obstante o avanço que significa a Lei de Refúgio em relação à de migração”, avaliou.
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