Antecedentes Suspeito de terrorismo no Rio já havia sido preso durante a Copa Brasileiro, descendente de libaneses, Chaer Kalaoun foi detido em casa e é suspeito de ligações com o grupo terrorista Estado Islâmico

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 29/07/2016 07:51 Atualizado em:

Sete dias após deflagrar uma operação para deter um grupo suspeito de planejar atentados durante as Olimpíadas, a Polícia Federal usou novamente a Lei Anterrorismo para prender temporariamente Chaer Kalaoun, 34 anos, no Rio de Janeiro. Ele é suspeito de manter ligações com grupos terroristas. O rapaz foi detido na tarde de anteontem, em casa, em Nova Iguaçu. Em 2014, às vésperas da Copa do Mundo, o brasileiro filho de libaneses já havia sido preso por posse ilegal de arma. A PF ainda cumpriu outros dois mandados de busca e apreensão, a oito dias do início dos Jogos Olímpicos.

Esta é a segunda vez que a Lei Antiterrorismo (nº 13.260/2016) é utilizada pelas forças de segurança. Sancionada em março, ela permite detenções pelo mero “ato preparatório” para ataques. Em nota, a Polícia Federal negou qualquer relação entre a prisão do homem e a Operação Hashtag, deflagrada na última semana. “Ele saiu do Brasil, esteve na Síria e fez juramento ao Estado Islâmico. Então, em virtude disso fizemos a prisão pela necessidade de uma investigação maior, mais apurada”, afirmou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Kalaoun está preso, temporariamente, por cinco dias no Presídio Ary Franco, no Rio de Janeiro. O prazo é renovável.

O advogado dele, Edison Ferreira de Lima, disse ao Correio que não teve acesso às mensagens específicas usadas pela Polícia, mas afirmou que em momento algum o cliente mostrou apoio a grupos terroristas. “Essas postagens não têm qualquer seriedade. Não mostram qualquer incentivo, qualquer colaboração com grupos terroristas”, disse. De acordo com o advogado, Kaloun é mulçumano, de família libanesa e gosta de pregar a fé. Quando era criança, falava libanês com a avó, mas não é radical. Segundo o advogado, o comerciante mora com a família em Nova Iguaçu. “Logo após ser preso, ele disse na superintendência que não apoia as ações do Estado Islâmico. Não declarou ou declarará apoio ao Estado Islâmico”, afirmou.

Em 2014, às vésperas da Copa do Mundo, Kalaoun foi detido por porte ilegal de arma. Ferreira confirma a prisão, mas diz que o comerciante passou apenas oito dias preso e que depois o processo teria sido suspenso. Disse ainda que o comerciante foi detido não por porte, mas por posse de armas, já que o objeto teria sido achado na casa dele. Ele teria justificado a presença do objeto devido à grande movimentação ao redor da residência e de a família ser visada por ser comerciante.

Embora tenha sido a segunda ação da PF em duas semanas, às vésperas do início dos Jogos Olímpicos, o Planalto avalia de forma positiva a atuação da polícia e garante a segurança durante os Jogos. A partir da semana que vem, o Comando das Olimpíadas ficará no Rio de Janeiro. A estrutura foi criada pelo governo e é composta pelos ministérios da Defesa, da Justiça, pela Casa Civil e pelo Gabinete de Segurança Institucional. Apenas o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, retornará a Brasília.

Hashtag
Deflagrada na semana passada, a Operação Hashtag cumpriu 12 mandados de prisão, além de pedidos de busca e apreensão, e condução coercitiva cumpridos em 10 estados. Os detidos foram encaminhados para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande. Alguns dos suspeitos fizeram juramento virtual ao Estado Islâmico. A PF usou agentes infiltrados em grupos nas redes sociais, que captaram mensagens deles dizendo que o Brasil seria alvo devido ao alto número de estrangeiros no país. Além disso, detectou a tentativa de compra de um fuzil AK-47 em um site paraguaio de vendas de armas clandestino.

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