Luto Protesto de ciclistas alerta para o crescimento de mortes violentas no Rio

Publicado em: 20/05/2015 21:08 Atualizado em:

Protesto da organização Rio de Paz foi organizado para chamar atenção das autoridades para os índices de mortes violentas na cidade. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Protesto da organização Rio de Paz foi organizado para chamar atenção das autoridades para os índices de mortes violentas na cidade. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Um protesto pacífico, realizado hoje (20) à tarde, marcou o exato local onde o médico Jaime Gold foi esfaqueado ontem (19) à noite, quando andava de bicicleta no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio.

Cartazes alertando para o grande número de mortes violentas na cidade foram afixados nas grades, ao lado de uma bicicleta pintada de preto e um buquê de flores. O chão foi pintado com tinta vermelha, que se misturava à mancha ainda visível do sangue perdido pelo médico, que chegou a ser socorrido, mas acabou morrendo hoje.

O protesto foi organizado pelo ativista Antônio Carlos Costa, da organização Rio de Paz, para chamar a atenção sobre os índices de mortes violentas na cidade. “Estamos aqui para expressar solidariedade à família e protestar contra a interrupção de uma vida. Precisamos chorar a morte que ocorre aqui e na favela”, disse Antônio Carlos.

A cena chamava atenção de quem passava pela ciclovia da Lagoa. A maioria demonstrava revolta com a morte e pedia mais segurança. “Eu me sinto triste. O Rio de Janeiro não merece isso. A gente fica refém de um trânsito que não tem locomoção e não pode andar de bicicleta, porque é esfaqueada. Não tem horário. Eu me sinto totalmente insegura”, afirmou a médica Celina Acra.

Para o personal trainer Carlos Eduardo Brasil de Oliveira, que usa a ciclovia para ir ao trabalho, o crime não impedirá que ele continue a usar o trecho. “Nunca fui de ficar muito preocupado, porque não achava que seria alvo. Mas não dá para passar em branco e fingir que nada aconteceu. Temos de estar mais atentos e cobrar solução dos responsáveis, porque não é a primeira vez que ocorre”.

Por causa do crime, o secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, decidiu trocar o comando do 23º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento na área, que é muito procurada por turistas e onde ocorrerão as provas de remo das Olimpíadas em 2016.

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