° / °
Mundo
Guerra

Rússia diz que não precisa apresentar provas do alegado ataque ucraniano à casa de Putin

Até o momento o alegado ataque à residência do presidente russo Vladimir Putin pela Ucrânia não teve provas apresentadas por Moscou

Isabel Alvarez

Publicado: 30/12/2025 às 12:57

Fotografia divulgada pela agência estatal russa Sputnik. Presidente da Rússia, Vladimir Putin, preside uma reunião sobre a situação na zona da

Fotografia divulgada pela agência estatal russa Sputnik. Presidente da Rússia, Vladimir Putin, preside uma reunião sobre a situação na zona da "operação militar especial", termo usado pelo Kremlin para se referir à ofensiva na Ucrânia que já dura quase quatro anos, em Moscou, em 29 de dezembro de 2025. (Foto de Mikhail METZEL / POOL / AFP) ( AFP)

O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, declarou hoje que o ataque da Ucrânia a uma das residências de Putin visa afetar as negociações. “A tentativa de ataque à casa da região de Novgorod é mesmo um ato terrorista para minar o processo de negociação. Não penso que deva existir qualquer prova de que um ataque maciço de drones foi realizado e que, graças à boa coordenação do sistema de defesa antiaérea, foi abatido”, frisou Peskov.

Por sua vez, o governo de Kiev nega o ataque e o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, ainda disse que isto significa que a Rússia se prepara para uma ofensiva em larga escala contra o seu país.


Zelensky também insistiu na acusação de que o Kremlin tenta sabotar as conversações de paz com os Estados Unidos e afirmar que a Ucrânia não pode vencer a guerra contra a Rússia sem o apoio norte-americano. “Não confio em Putin e ele não quer o sucesso da Ucrânia. A Rússia está fazendo isto de novo ao usar declarações perigosas para minar os esforços diplomáticos com os EUA para pôr fim ao conflito. Esta suposta história de ataque residencial é uma completa invenção destinada a justificar ataques adicionais contra a Ucrânia, incluindo Kiev, bem como a própria recusa da Rússia em tomar as medidas necessárias para pôr fim à guerra”, ressaltou Zelenskiy, acrescentando que a alegação são mentiras típicas da Rússia.

Em contrapartida, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, reforçou que a Ucrânia tentou atacar a residência de Putin na região de Novgorod, a oeste de Moscou, entre os dias 28 e 29 de dezembro, com 91 drones de longo alcance, sendo que todos foram destruídos pelas defesas aéreas russas.

Lavrov indicou que ninguém ficou ferido e não houve danos materiais, mas também destacou que tais ações imprudentes não ficarão impunes. O chanceler russo descreveu o incidente como "terrorismo de Estado" e que já haviam sido selecionados alvos para ataques de retaliação por parte das Forças Armadas da Rússia. O ministro enfatizou que ainda que Kiev e os países ocidentais precisam aceitar o fato da Rússia deter a iniciativa no campo de batalha, à medida que se aproxima o quarto aniversário da invasão de 2022. “A nossa posição de princípio permanece inalterada. A iniciativa estratégica cabe inteiramente ao exército russo e o Ocidente compreende isso”. Para Lavrov, a Ucrânia e o Ocidente necessitam ter em conta a realidade no terreno.

Enquanto isso Putin ordenou que as tropas avançassem em Zaporizhia, prosseguindo a campanha para assumir o controle total da região, que fica no sul da Ucrânia. A Rússia já controla aproximadamente 75 % da cidade ucraniana, uma das quatro anexadas por Putin em 2022, numa ação denunciada por Kiev e pelo Ocidente como ilegal.

Segundo o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, general Valery Gerasimov, as forças de Moscou estavam a avançar por quase toda a linha da frente. Por outro lado, as forças de Kiev estavam focadas na defesa e nas tentativas de contra-ataque.

Atualmente, a Rússia controla cerca de um quinto da Ucrânia, incluindo a Península da Crimeia, que anexou em 2014, não reconhecida pela maioria da comunidade internacional. O Kremlin também reivindica o Donbass, que abrange as regiões de Donetsk e Luhansk, assim como as regiões de Zaporizhia e Kherson, sendo todas internacionalmente reconhecidas como território soberano da Ucrânia.

Já Moscou quer que a Ucrânia retire as suas tropas de partes da região de Donetsk, que não conseguiu ocupar integralmente. Por seu lado, a Ucrânia quer o fim dos combates ao longo das atuais linhas da frente e Washington propôs uma zona econômica especial caso Kiev remova as suas tropas.

Mais de Mundo

Últimas

WhatsApp DP
Mais Lidas