Mídia internacional saúda ultimato a Israel sobre acesso à Gaza
O conflito em Gaza foi interrompido por um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, com a mediação do Egito, Catar, Turquia e Estados Unidos, que entrou em vigor desde 10 de outubro.
Publicado: 22/12/2025 às 14:55
Esta imagem mostra um acampamento em meio aos escombros de edifícios destruídos no campo de Nuseirat, para palestinos deslocados, na região central da Faixa de Gaza, em 2 de dezembro de 2025. O cessar-fogo, que entrou em vigor em 10 de outubro, permanece frágil, com Israel e o Hamas acusando-se mutuamente de violar os termos, enquanto a Faixa de Gaza continua em profunda crise humanitária. (Foto de Eyad Baba / AFP) ( AFP)
Desde o começo da guerra na Faixa de Gaza, as autoridades israelenses proíbem a entrada de jornalistas estrangeiros de modo independente no território sob bloqueio, permitindo apenas o acesso de apenas alguns profissionais pelos seus militares. Mas, a Associação de Imprensa Estrangeira (AIE) em Jerusalém elogiou o prazo estipulado pelo Supremo Tribunal de Israel, dia de 04 de janeiro, para o governo de Tel Aviv decidir sobre o acesso da imprensa internacional à Gaza.
"Após dois anos de táticas dilatórias por parte do Estado de Israel, ficamos satisfeitos por ver que a paciência do Tribunal finalmente se esgotou. Reiteramos o nosso apelo ao Estado de Israel para que conceda imediatamente aos jornalistas o acesso livre e irrestrito à Faixa de Gaza. E se o Governo continuar a obstruir a liberdade de imprensa, esperamos que o Supremo Tribunal reconheça e defenda estas liberdades", diz o comunicado da AIE.
A Associação de Imprensa Estrangeira, que representa centenas de membros de meios de comunicação social internacionais em Israel e nos territórios palestinos, solicitou aos tribunais israelenses, há mais de um ano, acesso imediato ao enclave palestino.
Em outubro, o Supremo Tribunal concedeu às autoridades israelenses um mês para elaborar um plano que permitisse a entrada dos jornalistas, no entanto desde então houve várias prorrogações até finalmente estabelecer o dia 04 de janeiro como data limite para uma resposta. "Se os réus não nos informarem sobre a sua posição até esta data, será tomada uma decisão sobre o pedido de injunção com base nas provas constantes dos autos do processo", declarou o Supremo.
O conflito em Gaza foi interrompido por um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, com a mediação do Egito, Catar, Turquia e Estados Unidos, que entrou em vigor desde 10 de outubro. Entretanto, ambos os lados continuam com acusações mútuas de sucessivas violações, antes das próximas etapas do plano proposto por Washington com o apoio da comunidade internacional, mas que ainda vem sendo acordado.
Expansão na Cisjordânia
Enquanto isso, o Gabinete de Segurança de Israel aprovou 19 assentamentos na Cisjordânia, expandindo as colônias israelenses na região.
A proposta partiu dos ministros das Finanças, Bezalel Smotrich, e da Defesa, Israel Katz, da extrema-direita. O total de assentamentos ilegais, segundo o Direito Internacional, avalizados durante o mandato de Smotrich chegou a 69. "O Objetivo é impedir o estabelecimento de um Estado terrorista palestino no terreno", justificou.
Entre as novas colônias estão as zonas de Ganim e Kadim, a oeste da cidade de Jenin, desmantelados em 2005. O número de colonos judeus que vivem na Cisjordânia está calculado em mais de 500 mil. Outros 200 mil vivem em Jerusalém Oriental.
O Parlamento israelense também avalia um projeto de anexação da Cisjordânia, algo que os Estados Unidos rejeitam.