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ATAQUE

Primeiro-ministro da Austrália diz que ataque com 16 mortos em praia teve judeus como alvo

A polícia classificou o ataque como um "incidente terrorista" e disse ter encontrado "artefatos explosivos improvisados" em um veículo próximo à praia, vinculado ao "criminoso morto".

AFP

Publicado: 14/12/2025 às 11:45

 Health workers move a man on a stretcher to an ambulance after a shooting incident at Bondi Beach in Sydney on December 14, 2025. Australian police said two people were in custody following reports of multiple gunshots on December 14 at Sydney's famed Bondi Beach, urging the public to take shelter. (Photo by Saeed KHAN / AFP)/ Saeed KHAN / AFP

Health workers move a man on a stretcher to an ambulance after a shooting incident at Bondi Beach in Sydney on December 14, 2025. Australian police said two people were in custody following reports of multiple gunshots on December 14 at Sydney's famed Bondi Beach, urging the public to take shelter. (Photo by Saeed KHAN / AFP) ( Saeed KHAN / AFP)

Pelo menos 16 pessoas morreram em um ataque a tiros neste domingo (14) na praia de Bondi, em Sydney, uma das praias mais populares da Austrália onde estava sendo celebrado um feriado judaico. O ato foi descrito pelas autoridades como "terrorista" e "antissemita".

Outras 29 pessoas ficaram feridas e foram levadas para diversos hospitais, informou a polícia de Nova Gales do Sul. Um dos suspeitos do ataque foi morto e o segundo está em estado crítico, acrescentou.

A polícia classificou o ataque como um "incidente terrorista" e disse ter encontrado "artefatos explosivos improvisados" em um veículo próximo à praia, vinculado ao "criminoso morto".

"Este é um ataque direcionado contra judeus australianos no primeiro dia do Hanukkah, que deveria ser um dia de alegria, uma celebração da fé", disse o primeiro-ministro, Anthony Albanese, em um pronunciamento televisionado.

"Um ato de maldade, antissemitismo e terrorismo que atingiu o coração da nossa nação", acrescentou, chamando de "heróis" os cidadãos que enfrentaram um dos atiradores e o desarmaram.

O ataque ocorreu durante um evento chamado "Chanukah by the Sea", que celebra o feriado judaico do Hanukkah, no qual participavam cerca de mil pessoas, segundo a polícia.

O presidente israelense, Isaac Herzog, classificou o ataque como "cruel contra os judeus" e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, acusou o governo de ter "alimentado o fogo do antissemitismo" ao reconhecer um Estado palestino.

"Completamente previsível" 

A praia de Bondi, no leste de Sydney, é uma das mais populares do país e atrai inúmeros banhistas, especialmente nos fins de semana.

"Ouvimos os tiros. Foi chocante; parecia que foram dez minutos de 'bang, bang, bang'. Parecia uma arma potente", disse à AFP Camilo Díaz, um estudante chileno de 25 anos que estava no local.

Os serviços de emergência receberam as primeiras ligações por volta das 18h47 (4h47 no horário de Brasília), segundo a polícia.

A colina coberta por grama que leva à praia de Bondi estava repleta de pertences abandonados por pessoas que fugiram do local, incluindo um carrinho de bebê, relatou um jornalista da AFP presente no local.

Equipes médicas atendiam várias pessoas deitadas na grama à beira da praia, de acordo com imagens da emissora pública ABC.

Uma arma que parecia ser uma espingarda estava ao lado de uma árvore na área.

Harry Wilson, um morador local de 30 anos, disse ao Sydney Morning Herald que viu "pelo menos dez pessoas no chão e sangue por toda parte".

O presidente da Associação Judaica da Austrália, Robert Gregory, afirmou que o ataque foi "uma tragédia, mas completamente previsível" e denunciou o governo por "não tomar medidas adequadas para proteger a comunidade judaica".

Após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e a subsequente guerra em Gaza, a Austrália sofreu diversos ataques antissemitas. O governo australiano acusou o Irã de estar por trás deles e expulsou seu embaixador.

Em outubro de 2024, um incêndio destruiu um café kosher no bairro de Bondi e, em dezembro do mesmo ano, outro incêndio teve como alvo a sinagoga Adass Israel, em Melbourne.

O primeiro-ministro, citando informações de inteligência, afirmou que ambos os ataques foram orquestrados pelo Irã. Nenhum deles deixou vítimas.

 

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