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França defende que plano de paz deve ser finalizado com a Ucrânia e europeus

Nesta segunda-feira (01), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky se reuniu em Paris com o presidente francês, Emmanuel Macron

Isabel Alvarez

Publicado: 01/12/2025 às 17:14

o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky se reuniu em Paris com o presidente francês, Emmanuel Macron/ AFP

o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky se reuniu em Paris com o presidente francês, Emmanuel Macron ( AFP)

Nesta segunda-feira (01), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky se reuniu em Paris com o presidente francês, Emmanuel Macron.

Após o encontro, Macron reiterou que qualquer plano de paz entre a Rússia e a Ucrânia terá de ser finalizado com Kiev e os europeus à mesa das negociações para garantir a segurança, defendendo também que apenas Kiev pode decidir sobre o destino dos seus próprios territórios. “Hoje ainda não há um plano de paz finalizado em relação às questões territoriais. Só poderá ser concluído pelo presidente Zelensky", declarou.

Além disso, o líder da França disse que até o momento o Kremlin não mostrou sinais de que irá parar a agressão.

Já Zelensky afirmou que a Rússia não deve receber nenhuma recompensa pela guerra e frisou ainda que os avanços russos na linha de frente dos combates são exagerados.

A União Europeia (UE) também alertou hoje para o perigo de concentrar na Ucrânia toda a pressão das negociações para um cessar-fogo. “Tenho o receio de que toda a pressão venha a ser exercida sobre o lado mais fraco, uma vez que a rendição da Ucrânia é a maneira mais fácil de acabar com esta guerra”, disse Kaja Kallas, alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.

Kallas avisou que o objetivo é acabar com o conflito, impedindo que recomece daqui a uns anos. “Se queremos impedir esta guerra de se alastrar para outros países e regiões, devemos exercer toda a pressão sobre a Rússia”, indicou.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, criticaram a decisão de Washington de excluir a UE de decisões que terão como uma das consequências uma nova configuração da arquitetura de segurança no continente europeu.

Enquanto isso, os negociadores dos Estados Unidos viajam hoje para Moscou para uma nova rodada de conversações sobre o plano proposto pelo presidente norte-americano, que visa um acordo de cessar-fogo. Na terça-feira, está previsto o encontro do presidente russo, Vladimir Putin, com Steve Witkoff, o enviado especial da Casa Branca.


Reunião entre EUA e Ucrânia

As delegações norte-americanas e ucranianas estiveram reunidas no fim de semana nos Estados Unidos para discutir sobre o plano de paz para o fim da guerra na Ucrânia. A delegação ucraniana foi liderada pelo secretário de Estado do Conselho de Segurança da Ucrânia, Rustem Umerov e do lado norte-americano, se destacou a presença do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.

“A sessão de trabalho foi produtiva e útil, mas ainda há muito trabalho a fazer. Mas foram alcançados novos progressos", declarou Rubio.

O presidente dos EUA Donald Trump e o dirigente da Ucrânia Zelensky Volodymyr não estiverem presentes, porém ao final do encontro foram informados sobre todos os detalhes das negociações.

Trump demonstrou otimismo e avaliou que há boas hipóteses de um acordo que ponha fim ao conflito entre Moscou e Kiev. “Acho que a Rússia gostaria que isto acabasse, e sei que a Ucrânia gostaria que isto acabasse”, afirmou.

No entanto, sublinhou que o governo ucraniano não está numa posição forte devido ao escândalo de corrupção que levou Zelensky a demitir o chefe do seu gabinete, Andriï Iermak, até então líder das negociações com Washington, além de recentemente ter exonerado dois ministros por causa também de suspeitas de corrupção. “A Ucrânia tem alguns pequenos problemas difíceis. Há uma situação de corrupção, o que não ajuda”, acrescentou.

Por sua vez, Zelensky enfatizou que os interesses de Kiev foram abordados neste último debate, que considerou construtivo. “É importante que haja um tom construtivo na conversa e que todas as questões tenham sido abordadas abertamente e com o objetivo de garantir a soberania e os interesses nacionais da Ucrânia. Agradeço aos Estados Unidos, à equipe do presidente Trump e ao próprio presidente pelo tempo que estão dedicando com tanta intensidade à definição dos passos para o fim da guerra. Continuaremos a trabalhar", afirmou.

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