ONG denuncia que Venezuela tem mais de mil presos por motivos políticos
A ONG Encontro Justiça e Perdão (EJP) revelou que a Venezuela possui pelo menos 1.074 pessoas detidas por motivação política
Publicado: 24/10/2025 às 14:47
Manifestantes protestam contra o governo do presidente Nicolás Maduro e pedindo a libertação de presos políticos. (JUAN BARRETO/AFP)
A ONG Encontro Justiça e Perdão (EJP) revelou que a Venezuela possui pelo menos 1.074 pessoas detidas por motivação política.
"Total de presos políticos: 1.074, sendo 913 homens e 161 mulheres. Identificamos 49 estrangeiros, 171 funcionários ativos das forças de segurança do Estado, 12 ativistas, 546 civis, 227 de organizações políticas, 25 ex-membros das forças de segurança do Estado, 20 jornalistas e 14 sindicalistas", aponta os dados divulgados da EJP.
A ONG ainda acrescenta que não possui informação oficial sobre o paradeiro de 176 pessoas presas e que, entre os detidos políticos, foram identificados 48 cidadãos venezuelanos com dupla nacionalidade.
Enquanto isso, segundo o Fórum Penal (FP), uma ONG que presta assistência gratuita a presos políticos na Venezuela, mais de nove mil pessoas continuam submetidas arbitrariamente a medidas restritivas da sua liberdade.
"Histórico de detenções por motivos políticos na Venezuela desde 2014 até a data: 18.532. O Fórum Penal assistiu a mais de 14.000 hoje libertadas", explica.
Os analistas asseguram a perseguição política no país, com os opositores ao governo do presidente Nicólas Maduro vivendo na clandestinidade, como é o caso da líder da oposição, Maria Corina Machado, que recentemente foi premiada com o Nobel da Paz.
A pressão sobre Maduro ganhou ainda a participação direta dos Estados Unidos, onde o presidente norte-americano Donald Trump endureceu a mensagem contra o líder venezuelano, que acusa de chefe de um cartel de drogas.
Após forças militares norte-americanas destruírem supostos barcos do narcotráfico no Mar do Caribe e no Pacífico, Trump também já autorizou operações secretas da CIA na Venezuela e equipes da agência de espionagem dos EUA foram enviados ao país, assim como indicou que irá realizar ações militares terrestres em breve contra os cartéis de narcotraficantes.