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Guerra comercial

China promete retaliar os EUA após reiniciar a guerra comercial

Trump anunciou uma tarifa adicional de 100% sobre os produtos chineses

Isabel Alvarez

Publicado: 13/10/2025 às 15:48



Bandeiras da China e dos Estados Unidos/Pedro Pardo / AFP

Bandeiras da China e dos Estados Unidos (Pedro Pardo / AFP)

A China ameaçou retaliar os Estados Unidos na retomada da guerra comercial, caso o presidente norte-americano leve adiante o aviso de uma nova tarifa de 100% sobre os produtos chineses.

“Ameaças deliberadas de tarifas elevadas não são a forma certa de se relacionar com a China. Pequim anunciou que tomará medidas resolutas para proteger os seus direitos se os EUA continuarem a seguir o caminho errado”, afirmou o Ministério do Comércio chinês, acrescentando que o país não tem medo da guerra comercial, mas que não a deseja.

O Ministério ainda disse que os controles de exportação de terras raras, como o hólmio e o érbio, são medidas legítimas em conformidade com as leis e os regulamentos, além de garantir que todos os pedidos de exportação para uso civil serão analisados e podem ser aprovados. “As empresas não precisam de se preocupar. O impacto nas cadeias de abastecimento será muito limitado. Os controles de exportação da China não são proibições de exportação e serão concedidas licenças para pedidos elegíveis. Pequim informou antecipadamente os parceiros comerciais das medidas, através de mecanismos de diálogo bilateral", disse o comunicado do porta-voz da pasta ministerial.

Segundo o Ministério do Comércio chinês, as restrições visam impedir que as terras raras e respectivos produtos de transformação sejam utilizados para fins militares ou de defesa, tendo por objetivo defender a paz mundial, a estabilidade regional e cumprir as suas obrigações internacionais em matéria de não proliferação de armamento.

Donald Trump manifestou preocupação e desaprovação sobre as restrições à exportação de materiais de terras raras chineses, porém, no domingo, começou a dar sinais de estar aberto a negociações. Após a ameaça inicial, Trump usou sua rede social Truth Social para demonstrar uma possível redução da tensão entre os dois países. “Não se preocupem com a China, tudo vai correr bem”, escreveu na plataforma, e que tem a intenção de ajudar Pequim, se referindo ao presidente Xi Jinping.

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, também adotou uma postura mais conciliatória, pedindo ao governo chinês que escolha o caminho da razão. Vance admitiu que a resposta de Washington dependerá da atitude da China, mas alertou que se a resposta for agressiva, a Casa Banca têm muito mais cartas na manga. “Se a China estiver disposta a ser razoável, os Estados Unidos também estarão”, reiterou.

As autoridades chinesas anunciaram, na última quinta-feira, uma nova rodada de restrições à exportação de terras raras, essenciais para a fabricação de tecnologia avançada entre outros dispositivos, adicionando cinco novos metais à lista de produtos controlados. A China, que controla mais de 70% da produção global e quase 90% da transformação deste material estratégico, impôs restrições à exportação como moeda de troca desde que os EUA começaram a guerra tarifária, em abril, apesar de ter flexibilizado recentemente as medidas, no contexto da trégua comercial que chegou a ser travada entre as duas potências.

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