Escolas fechadas em Jerusalém e Cisjordânia afetaram quase cinco mil crianças palestinas
Do total de afetados, 800 são alunos palestinos de Jerusalém Leste ocupado. Israel efetuou o fechamento dessas escolas com base numa lei
Publicado: 04/09/2025 às 12:14

Um menino palestino verifica a destruição em uma área a sudoeste da Cidade de Gaza, atingida por fogo israelense, em 29 de agosto de 2025, enquanto a guerra entre Israel e o movimento militante Hamas continua. O exército israelense declarou a Cidade de Gaza "uma zona de combate perigosa" em 29 de agosto, enquanto se preparava para conquistar a maior cidade do território palestino após quase dois anos de guerra. (Foto: BASHAR TALEB / AFP)
O fechamento de escolas em Jerusalém Leste e na Cisjordânia imposto por Israel nos últimos meses afetou aproximadamente 4.800 crianças palestinas, que não puderam voltar às salas de aula neste ano letivo na região.
Do total de afetados, 800 são alunos palestinos de Jerusalém Leste ocupado, dos quais 550 estudavam em três escolas do campo de refugiados de Shuafat. Estes três estabelecimentos de ensino foram fechados quando, em maio passado, as forças israelenses invadiram as salas de aula e forçaram a saída dos alunos e do corpo docente. Outras três escolas de outros pontos de Jerusalém Leste ocupado também foram fechadas no mesmo dia por imposição do governo de Tel Aviv.
Israel efetuou o fechamento dessas escolas com base numa lei, aprovada em outubro de 2024 e que entrou em vigor em janeiro deste ano, que proíbe a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) de prestar serviços sociais a milhões de refugiados palestinos, ao mesmo tempo em que restringiu a capacidade dos seus funcionários de operarem no território israelense.
"Desde o encerramento destas escolas, temos feito múltiplos esforços para reabri-las e até recorremos à via diplomática. Mantivemos a esperança de que Israel as reabrisse com o início do ano letivo, mas não foi assim", denunciou Jonathan Fowler, porta-voz da UNRWA. Fowler indicou que alguns dos 800 alunos afetados conseguiram matricular-se noutras escolas, mas desconhece em quais delas e em que condições.
Os restantes 4 mil alunos prejudicados são de campos de refugiados do norte da Cisjordânia, como Yenín, Tulkarem e Nur Shams, pontos controlados pela ocupação milita de Israel desde janeiro passado, quando as suas forças lançaram uma das maiores operações nesses territórios palestinos. Desde então, cerca de dez escolas do norte permanecem fechadas.
"As mais de 4 mil crianças matriculadas na UNRWA participarão em programas educativos adaptados, que incluem o uso de materiais de aprendizagem, ensino à distância e apoio ao estudo da Autoridade Palestina. A questão que se coloca é proteger o direito à educação das crianças palestinas, algo que as autoridades israelitas negaram", explicou Fowler.

