Terremoto deixa mais de 800 mortos no Afeganistão
O impacto foi muito mais severo em Kunar. O governo talibã, que retornou ao poder em 2021, enviou helicópteros de resgate à região
Publicado: 01/09/2025 às 07:19

Feridos recebem tratamento em hospital após terremoto no Afeganistão (Aimal ZAHIR / AFP)
Um terremoto de 6 graus de magnitude, seguido por cinco tremores secundários que foram sentidos a centenas de quilômetros de distância, matou mais de 800 pessoas e deixou 2.700 feridas no leste do Afeganistão, informaram as autoridades locais.
O epicentro do terremoto, que aconteceu a apenas oito quilômetros de profundidade, foi localizado a 27 km de Jalalabad, a capital da província de Nangarhar, no limite com a província de Kunar, informou o Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS).
O impacto foi muito mais severo em Kunar. O governo talibã, que retornou ao poder em 2021, enviou helicópteros de resgate à região.
O balanço provisório inclui 800 mortos e 2.500 feridos na província de Kunar, além de 12 mortos e 255 feridos na província de Nangarhar, anunciou o porta-voz do governo, Zabihullah Mujahid, em uma entrevista coletiva em Cabul.
O Ministério da Defesa anunciou 40 voos para transportar ajuda e retirar os mortos e feridos das áreas atingidas.
Em 2023, o Afeganistão sofreu um terremoto de grande magnitude na cidade de Herat, na fronteira com o Irã, que deixou mais de 1.500 mortos e 63.000 casas destruídas.
As autoridades afegãs alertaram que o número de vítimas deve aumentar à medida que as buscas avançam nas áreas remotas e destacaram que os danos são "muito significativos" em Kunar.
"Nunca vivemos nada parecido", declarou à AFP Ijaz Ulhaq Yaad, funcionário da administração do distrito de Nourgal, na província de Kunar. "Foi assustador, as crianças e as mulheres gritavam", explicou por telefone.
Muitas famílias acabaram de retornar ao Afeganistão depois que foram expulsas do exílio no Paquistão e no Irã. Quase quatro milhões de afegãos voltaram ao país.
"Havia quase 2.000 famílias de refugiados que retornaram e pretendiam reconstruir suas casas nesta região agrícola", próxima da fronteira com o Paquistão, explicou Yaad.

