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Ataque israelense em Gaza matou seis jornalistas

As Nações Unidas condenou o ataque e declarou que o caso é uma grave violação do direito internacional.

Isabel Alvarez

Publicado: 11/08/2025 às 18:49

Dois palestinos no telhado de um prédio enquanto a fumaça sobe após os ataques israelenses em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em 13 de julho de 2025. Delegações de Israel e do grupo militante palestino Hamas já passaram uma semana tentando chegar a um acordo sobre uma trégua temporária para interromper 21 meses de combates devastadores na Faixa de Gaza. (Foto de Bashar TALEB / AFP)/ AFP

Dois palestinos no telhado de um prédio enquanto a fumaça sobe após os ataques israelenses em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em 13 de julho de 2025. Delegações de Israel e do grupo militante palestino Hamas já passaram uma semana tentando chegar a um acordo sobre uma trégua temporária para interromper 21 meses de combates devastadores na Faixa de Gaza. (Foto de Bashar TALEB / AFP) ( AFP)

Um ataque das forças de Israel na Cidade de Gaza, que implementa o seu novo plano de operações e ocupação no território palestino, matou seis jornalistas, sendo cinco da TV catari Al Jazeera e um repórter da mídia palestina Sahat no domingo à noite(10). A Al Jazeera anunciou que a morte dos seus trabalhadores aconteceu numa ofensiva direcionada israelense contra uma tenda na Cidade de Gaza, junto ao hospital Al-Shifa.

As Nações Unidas condenou o ataque e declarou que o caso é uma grave violação do direito internacional. “O secretário-geral apela a uma investigação independente e imparcial sobre estes últimos assassinatos. Pelo menos 242 jornalistas foram mortos em Gaza desde o início da guerra. Os jornalistas e os profissionais da comunicação social devem ser respeitados, devem ser protegidos e devem poder exercer o seu trabalho livremente, sem medo e sem assédio", disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas convocou uma sessão de urgência no fim de semana para avaliar a situação no enclave, após a aprovação do plano do gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu de ocupação e controle da principal cidade do território de Gaza. Mas, a reunião terminou sem um projeto de resolução.

O primeiro-ministro do Catar, Mohammed ben Abdulrahmane al-Thani, também denunciou hoje o ataque deliberado de Israel a jornalistas da Al Jazeera em Gaza. “O alvo deliberado dos jornalistas por Israel na Faixa de Gaza revela o quanto esses crimes ultrapassam a imaginação”, afirmou al-Thani.

Por outro lado, o comandante das forças armadas israelitas, Eyal Zamir, afirmou nesta segunda-feira (11) que as suas tropas entraram numa nova fase de combate e farão todo o possível para preservar as vidas dos reféns mantidos na região e trazê-los de volta para casa.

Enquanto isso, os familiares dos reféns israelenses convocam uma greve nacional para o próximo domingo, em protesto contra a recente decisão do governo de alargar a guerra e tomar a Cidade de Gaza. A eles já se juntou o Conselho 7 de outubro, que representa as famílias enlutadas dos soldados que morreram no início da guerra.

Os organizadores querem parar a economia do país. Segundo eles, centenas de empresas já disseram que iriam participar na greve, assim como milhares de cidadãos declararam que iriam tirar o dia de folga. No entanto, o maior sindicato de trabalhadores de Israel, conhecido como Histadrut, ainda não aderiu à greve.

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