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Ataques terroristas na Colômbia causam 18 mortos e dezenas de feridos

Os ataques foram condenados pelo Gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Colômbia

Isabel Alvarez

Publicado: 22/08/2025 às 14:39

Um dos ataques aconteceu com a explosão de um caminhão-bomba próximo de uma base aérea em Cali, a terceira maior cidade colombiana./ Oswaldo Páez / AFP

Um dos ataques aconteceu com a explosão de um caminhão-bomba próximo de uma base aérea em Cali, a terceira maior cidade colombiana. ( Oswaldo Páez / AFP)

Dois ataques terroristas na quinta-feira (21) na Colômbia causaram 18 mortos e dezenas de feridos, revelando uma escalada da violência no país, marcado recentemente pelo atentado a tiros e a morte do candidato presidencial, o senador Miguel Uribe, favorito da direita.

Os ataques foram condenados pelo Gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Colômbia, que instou os grupos armados não estatais a respeitarem os direitos humanos e o Direito internacional humanitário (DIH), em particular, o princípio da distinção, que obriga a diferenciar entre combatentes e população civil, para evitar ataques contra pessoas não envolvidas no conflito. “Apelamos ao Estado para que atenda as vítimas e avance com as investigações pertinentes para esclarecer os fatos e garantir a justiça”, diz o comunicado do escritório da ONU em Bogotá.

Um dos ataques aconteceu com a explosão de um caminhão-bomba próximo de uma base aérea em Cali, a terceira maior cidade colombiana. O prefeito local, Alejandro Éder, classificou como um ataque narcoterrorista, que provocou seis mortes, feriu 65 pessoas, danificou inúmeros carros e estilhaçou várias janelas. Éder pediu a militarização da cidade e ofereceu uma recompensa de dez mil dólares por qualquer informação que possa levar à detenção dos responsáveis.

O outro ocorreu em Amalfi, na Antioquia, a cerca de 150 quilômetros de Medellín, onde houve confrontos e um ataque com drones a um helicóptero da brigada antidroga da polícia da Colômbia. As autoridades disseram que o incidente deixou 12 mortos.

O ministro colombiano da Defesa, Pedro Sanchez, acusou como responsável ao ataque em Cali o grupo armado Estado Mayor Central (EMC), uma dissidência da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). “Ataque terrorista injustificável contra a população civil de Cali. Este ataque covarde contra civis é uma reação desesperada diante da perda de controle do narcotráfico na região”, denunciou.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também atribuiu a autoria ao EMC. “Foi uma reação terrorista a uma ofensiva do exército colombiano na região do Cañón del Micay, na cidade vizinha de Cauca, contra o grupo armado”, descreveu.

Já o governador de Antioquia imputou a autoria do ataque em Amalfi ao grupo guerrilheiro Calarca, uma cisão do EMC.

Em junho passado, também uma série de ataques matou cinco civis e dois polícias no sudoeste do país. O EMC reivindicou a autoria dos ataques.

Petro tentou retomar negociações de paz com a maioria dos grupos armados que operam na Colômbia, seis anos após o acordo histórico concluído com as FARC. No entanto, a maio parte destas negociações falhou ou se encontra atualmente num impasse. Em 2023, o EMC apoiou essas negociações, mas o seu líder, Ivan Mordisco, um ano depois rejeitou um acordo e abandonou as conversações.

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