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RECONHECIMENTO

Canadá afirma que vai reconhecer Estado da Palestina

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, também condenou Israel por permitir uma catástrofe na Faixa de Gaza

Isabel Alvarez

Publicado: 30/07/2025 às 20:51

Primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney/DAVE CHAN / AFP

Primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney (DAVE CHAN / AFP)

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, declarou que o país vai reconhecer o Estado da Palestina na próxima Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, que acontece em setembro.

Carney tomou a decisão após uma reunião do conselho de ministros e revelou ainda que conversou com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina. O premiê canadense também condenou Israel por permitir uma catástrofe na Faixa de Gaza.

“Este reconhecimento se baseia na adoção, por parte da Autoridade Palestina, das reformas necessárias, assim como a realização de eleições e a desmilitarização da Palestina”, indicou.

Por outro lado, a chancelaria israelense afirmou rejeitar a declaração do primeiro-ministro do Canadá. "A mudança na posição do governo canadense neste momento é uma recompensa para o Hamas e prejudica os esforços para alcançar um cessar-fogo em Gaza e um acordo para a libertação dos reféns", pode ler-se também na nota.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, também criticou os vários anúncios do reconhecimento de um Estado palestino na Conferência Internacional para a Solução de Dois Estados no Médio Oriente, incluindo a do presidente francês, Emmanuel Macron, que disse recentemente que anunciará também o reconhecimento do Estado da Palestina na próxima Assembleia Geral da ONU, além da decisão do Reino Unido que prometeu reconhecer o Estado da Palestina, se Israel não cumprir uma série de condições mencionadas pelo primeiro-ministro britânico Keir Starmer. Entre elas, acabar com a situação catastrófica em Gaza, decretar um cessar-fogo no enclave palestino e garantir que não vai anexar a Cisjordânia são algumas delas.

Já o enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff, viajará para Israel na quinta-feira (31), onde se reunirá com autoridades para discutir os próximos passos para resolver a situação em Gaza.

Enquanto isso, grupos de ativistas ultranacionalistas que querem estabelecer novos assentamentos judeus em Gaza partiram de um ponto de encontro próximo a Sderot e estão se dirigindo para oeste em direção a um mirante a menos de um quilômetro da fronteira de Gaza.

Hoje, seis ministros do gabinete de israelense e 16 deputados da coligação do governo solicitaram ao ministro da Defesa, Israel Katz, que aprovasse uma missão de reconhecimento para os ativistas dentro de Gaza, como parte do plano da Nachala de restabelecer os assentamentos israelenses no território palestino.

Nachala é uma organização radical de colonos israelenses que auxilia os colonos mais jovens e constroem novos postos avançados ilegais israelenses na Cisjordânia. Seu objetivo é que Israel anexe definitivamente Gaza e a Cisjordânia.

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