° / °

Mundo
AJUDA HUMANITÁRIA

Reino Unido, Alemanha e França pressionam Israel no aumento de ajuda a Gaza

A Espanha também comunicou planos para lançar ajuda aérea sobre Gaza

Isabel Alvarez

Publicado: 29/07/2025 às 15:36

O chanceler alemão Friedrich Merz/Tobias SCHWARZ / AFP

O chanceler alemão Friedrich Merz (Tobias SCHWARZ / AFP)

A pressão internacional sobre a catástrofe humanitária na Faixa de Gaza aumenta e o chanceler alemão, Friedrich Merz, avançou que a Alemanha, Reino Unido e França avaliam enviar os seus ministros das Relações Exteriores a Israel para apresentarem a posição dos três governos. Merz também disse que dois aviões alemães, em cooperação com a França, poderão realizar missões de lançamento de ajuda humanitária da Jordânia para Gaza nesta semana. “São os primeiros passos dados por Israel para permitir a entrada de ajuda, no entanto mais medidas devem ser tomadas”, apontou o chanceler.

A Espanha e o Reino Unido também comunicaram planos para lançar ajuda aérea sobre Gaza. Segundo um comunicado do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, o Reino Unido anunciou hoje que reconhecerá o Estado da Palestina em setembro, a menos que Israel assuma certos compromissos, tome medidas substantivas para acabar com a situação terrível em Gaza e cumpra outras condições.

Por sua vez, o Programa Alimentar Mundial (PAM), agência da ONU, já alertou para a evolução da fome e desnutrição em patamares históricos no território palestino, com um terço da população em Gaza passando dias sem comer e que vem provocando mortes no enclave. “Não está sendo autorizada a entrada de caminhões em número suficiente para ajudar os palestinos e a situação em Gaza faz lembrar desastres humanitários de outros tempos”, relatou hoje um representante do PAM.


Além disso, segundo o relatório divulgado hoje pela organização internacional de Monitoramento da Fome IPC (Classificação Integrada da Segurança Alimentar), a fome se alastra em Gaza. “O pior cenário de fome está atualmente a ocorrer na Faixa de Gaza. Evidências crescentes mostram que a fome generalizada, a desnutrição e as doenças estão causando um aumento nas mortes relacionadas com a fome”, aponta o documento.

Mas, o ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Sa’ar, declarou nesta terça-feira (29) numa coletiva de imprensa internacional, que Israel não cederá à pressão para terminar a guerra em Gaza, nem permitirá que países estrangeiros forcem o seu país a aceitar um Estado palestino. “Uma campanha distorcida de pressão internacional sobre Israel para pôr fim à guerra, o que deixaria o Hamas no poder em Gaza. Isso não vai acontecer. Não importa quanta pressão coloquem sobre Israel”, afirmou.

Enquanto isso em Gaza, a última noite foi uma das mais violentas, com pelo menos 62 palestinos mortos, incluindo nove pessoas que esperavam por comida. Só em Nuseirat, um ataque israelense contra um campo de refugiados causou 30 mortos, a maioria mulheres e crianças. Os palestinos ainda reportam que a ajuda alimentar continua muito escassa no enclave.


O total de mortos na região desde o inicio da guerra ultrapassou os 60 mil, além de quase 150 mil feridos e milhares de desaparecidos nos escombros dos bombardeios.
Maioria dos norte-americanos desaprova as operações em Gaza


Uma nova sondagem da Gallup revela que cerca de seis em cada dez adultos nos EUA não aprovam a ação militar de Israel em Gaza. A sondagem citada pelo jornal The Times of Israel indica também que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recebeu a avaliação mais negativa nos EUA em termos de popularidade desde que foi incluído pela primeira vez nas sondagens da Gallup, em 1997. O aumento da reprovação é impulsionado por democratas e independentes, mas grande parte dos republicanos ainda apoia as ações militares de Israel e Netanyahu.

Mais de Mundo