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conflito Rússia e Ucrânia

EUA pressionam Europa a aderir às tarifas secundárias de 100% contra petróleo russo

A medida foi proposta no dia 14 de julho por Trump para chegar à paz na Ucrânia, visando pressionar aquela que é uma das maiores fontes de rendimento de Moscou

Isabel Alvarez

Publicado: 21/07/2025 às 15:49

Vladimir Putin e Donald Trump discutem tensão entre Israel e Irã/SAUL LOEB;PAVEL BEDNYAKOV/AFP

Vladimir Putin e Donald Trump discutem tensão entre Israel e Irã (SAUL LOEB;PAVEL BEDNYAKOV/AFP)

O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que Washington espera que os aliados europeus se juntem à iniciativa norte-americana de aplicar tarifas secundárias de 100% contra os países e empresas que comprem petróleo russo, caso o líder da Rússia, Vladimir Putin, ultrapasse o prazo de 50 dias para um cessar-fogo imposto pelo presidente Donald Trump.

"O petróleo russo vai ser sujeito a tarifas secundárias até os 100%. Peço aos nossos aliados europeus, que têm falado muito, que nos sigam caso essas tarifas secundárias sejam implementadas", adiantou Bessent.

A medida foi proposta no dia 14 de julho por Trump para chegar à paz na Ucrânia, visando pressionar aquela que é uma das maiores fontes de rendimento de Moscou e que é responsável por cerca de 30% do orçamento do governo russo.

O Reino Unido já propôs hoje aos aliados da Ucrânia uma campanha de 50 dias para reforçar o apoio militar e pressionar o Kremlin a negociar um cessar-fogo antes do fim do ultimato dado pelos EUA. Nesta segunda-feira (21), numa reunião do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia (GCDU), o ministro da Defesa britânico, John Healey, considerou o ultimato como um momento de grande oportunidade. "Nós, do nosso lado, devemos intensificar a nossa ação, com uma campanha de 50 dias para armar a Ucrânia no campo de batalha e ajudar a instar Putin para a mesa das negociações", apontou Healey.

 

O governo britânico também impôs novas sanções contra o setor energético russo, aplicando restrições contra duas empresas, uma de navegação responsável pelo transporte de petróleo e uma companhia de comércio da matéria-prima no Oriente Médio, de modo a aumentar a pressão sob Moscou.

Mas, enquanto isso, a Hungria desafia a União Europeia e anunciou a construção de um novo oleoduto com a Sérvia em parceria com a Rússia.
"Estamos a avançar com parceiros sérvios e russos para construir um novo oleoduto entre a Hungria e a Sérvia. Enquanto Bruxelas proíbe a energia russa, cortando ligações e bloqueando rotas, precisamos de mais fontes, mais rotas. A Hungria não será vítima dessas decisões desastrosas", disse Péter Szijjártó, ministro húngaro das Relações Exteriores.

Já o Kremlin declarou hoje que é a favor de uma nova rodada de negociações de paz com a Ucrânia, mas alertou que as posições das duas partes são opostas, o que implica um longo caminho diplomático a ser percorrido.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, avançou que Kiev enviou a Moscou uma proposta para realizar uma nova tratativa de conversações de paz ainda esta semana, destacando a sua intenção de acelerar as negociações.

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