Autoridades da Rússia divergem às ameaças tarifárias de Trump
O porta-voz do Kremlin reagiu à ameaça de Trump de impor tarifas de 100% contra a Rússia caso não haja um acordo dentro de 50 dias sobre a guerra na Ucrânia
Publicado: 15/07/2025 às 12:42

Nesta fotografia de piscina distribuída pela agência estatal russa Sputnik, o presidente russo, Vladimir Putin, realiza uma reunião sobre questões sociais em Moscou em 14 de julho de 2025. (Foto de Mikhail METZEL / POOL / AFP) ( AFP)
Nesta terça-feira (15), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reagiu à ameaça do presidente norte-americano de impor tarifas de 100% contra a Rússia caso não haja um acordo dentro de 50 dias sobre a guerra na Ucrânia. "As declarações do presidente dos EUA são muito sérias. Algumas delas são dirigidas pessoalmente ao presidente Putin. Precisamos certamente de tempo para analisar o que foi dito em Washington. E se e quando o presidente Putin considerar necessário, ele irá definitivamente comentar", disse.
Já o vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, classificou a declaração de Donald Trump como um ultimato teatral e que Moscou não está preocupada com a ameaça de Donald Trump. "O mundo estremeceu, à espera das consequências. A Europa beligerante ficou desiludida. A Rússia não se importou", indicou Medvedev.
Em relação à venda de armas dos Estados Unidos a Organização do Tratado do Atlântico Norte, que pagará pelo material e coordenará a entrega a Ucrânia, Peskov afirmou que as decisões que estão sendo tomadas em Washington, nos países da OTAN, e diretamente na União Europeia, são vistas pelo lado ucraniano não como um sinal de paz, mas como uma sinalização para continuar a guerra.
O porta-voz presidencial também reiterou que a Rússia estava pronta para prosseguir as conversações diretas com Kiev e que aguarda um posicionamento de quando se dará a próxima rodada de negociações.
Após ameaçar a Rússia com tarifas muito severas, Trump, em entrevista à BBC, repetiu o seu descontentamento em relação ao presidente russo, no entanto garantiu que ainda não desistiu dele e de alcançar um acordo com Putin para por fim ao conflito. “Os EUA estão trabalhando nisso”.

