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Faixa de Gaza

Ataques a Gaza matam dezenas de palestinos incluindo crianças em busca de medicamentos

Não é a primeira vez que instalações de saúde em Gaza são alvos do exército israelense

Isabel Alvarez

Publicado: 11/07/2025 às 12:54

Uma mulher palestina lamenta a morte de um parente em um ataque israelense noturno à escola Halima Saadiya, durante um funeral em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em 11 de julho de 2025. (Foto de BASHAR TALEB / AFP)/ AFP

Uma mulher palestina lamenta a morte de um parente em um ataque israelense noturno à escola Halima Saadiya, durante um funeral em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em 11 de julho de 2025. (Foto de BASHAR TALEB / AFP) ( AFP)

Nesta sexta-feira (11), mais de 80 pessoas morreram e muitas foram feridas em ataques israelenses na Faixa de Gaza, sendo que algumas das vítimas estavam na fila de um centro de saúde, enquanto esperavam por medicamentos. Na ofensiva a zona em Deir al-Balah, oito crianças morreram além de três mulheres.

“A organização humanitária norte-americana, projeto HOPE, afirmou que os bombardeios aconteceram bem em frente a uma das suas clínicas de saúde, onde as pessoas aguardavam tratamento para desnutrição, infecções, doenças crônicas entre outras. O CEO da organização, Rabih Torbay, relatou que a localização da clínica é reportado ao exército israelense.

"As clínicas de saúde do Projeto HOPE são um local de refúgio em Gaza, onde as pessoas trazem os filhos pequenos, as mulheres têm acesso a cuidados durante a gravidez e o pós-parto. As pessoas recebem também tratamento para desnutrição e muito mais. No entanto, esta manhã, famílias inocentes foram atacadas impiedosamente enquanto esperavam na fila para que as portas se abrissem. Horrorizados e com o coração partido, não conseguimos expressar como nos sentimos", diz o comunicado da ONG.

Por sua vez, as forças israelenses alegaram que tinham como alvo um militante do Hamas que participou dos ataques em 7 de outubro. “As Forças de Defesa de Israel estão cientes de relatos sobre vários feridos no local. O incidente está sendo analisado. As Forças de Defesa de Israel lamentam qualquer dano causado a pessoas que não têm qualquer envolvimento e estão a tentar minimizar os danos”, diz a nota do exército.

No entanto, o coordenador médico adjunto da ONG Médicos Sem Fronteiras para a Palestina destacou que não é a primeira vez que instalações de saúde são alvos do exército israelense. “Todos os dias, centenas de pessoas morrem e ficam feridas quando vão aos pontos de distribuição de ajuda buscar os kits ou cestas básicas. As padarias públicas estão fechadas e não se encontra comida”, denunciou.

Segundo autoridades médicas, quase três mil palestinos já foram mortos no último mês em Gaza.

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