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Faixa de Gaza

Israel quer concentrar todos os palestinos no sul de Gaza

O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, anunciou que pretende construir uma ‘cidade humanitária’ nas ruínas de Rafah

Isabel Alvarez

Publicado: 08/07/2025 às 15:11

 Smoke billows after an Israeli strike on Gaza City on June 28, 2025, amid the ongoing conflict between Israel and the Palestinian Hamas militant group. /Omar AL-QATTAA / AFP

Smoke billows after an Israeli strike on Gaza City on June 28, 2025, amid the ongoing conflict between Israel and the Palestinian Hamas militant group. (Omar AL-QATTAA / AFP)

O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, anunciou que pretende construir uma ‘cidade humanitária’ nas ruínas de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, região para a qual quer mandar e concentrar toda a população palestina. Segundo publicação do jornal Haaretz, Katz já deu ordens ao exército para se preparar para estabelecer este campo para os palestinos do enclave.

“Os palestinos vão passar por uma triagem de segurança antes de entrar e, uma vez lá dentro, não têm permissão para sair. O perímetro deste campo de concentração será controlado pelas forças israelenses”, explicou o ministro, acrescentando que irão ser “transferidos” para o local 600 mil palestinos.

Os especialistas em direito internacional já garantiram e alertaram que este plano de Israel é um crime contra a Humanidade. “A construção do campo viola o direito internacional. Katz elaborou um plano operacional para um crime contra a humanidade. Não é nada menos do que isso. Trata-se de uma transferência populacional para o extremo sul da Faixa de Gaza, preparando a deportação para fora da Faixa. Embora o governo diga que a deportação será ‘voluntária’, as pessoas em Gaza estão sob tantas medidas coercivas que qualquer saída da Faixa não pode ser vista, à face da lei, como voluntária. Quando se expulsa alguém da sua terra natal, isso é um crime de guerra, no contexto de uma guerra. Se for feito em grande escala, como Israel planeja, se torna um crime contra a humanidade”, denunciou Michael Sfard, um dos principais advogados de Direitos Humanos de Israel.

Segundo Katz, a transferência é da maioria que atualmente está deslocada na região de al-Mawasi, designada por Israel como ‘zona humanitária’ para albergar os refugiados forçados a abandonar o norte de Gaza desde o início da guerra. “Após serem levados para Rafah, o governo israelense pretende implementar o plano de emigração dos palestinos. É o que acontecerá", afirmou.

Desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou, no início do ano, que um grande número de palestinos deveria deixar Gaza para "limpar" a Faixa, vários políticos israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, têm promovido com entusiasmo a deportação forçada, frequentemente apresentando-a como um projeto norte-americano.

“O primeiro-ministro já lidera esforços para encontrar países dispostos ainda a ‘acolher’ palestinos, completou Katz.


A Casa Branca também analisa os planos para a construção de campos chamados "áreas de trânsito humanitário" para os palestinos dentro e possivelmente fora de Gaza.

 

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