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Mais de 500 pessoas morreram durante entrega de ajuda em Gaza, diz ONU

ONU e as principais organizações de ajuda se recusaram a trabalhar com a GHF (Fundação Humanitária de Gaza), por acreditarem que ela serve aos objetivos militares israelenses

AFP

Publicado: 04/07/2025 às 09:55

Pessoas em luto participam do cortejo fúnebre dos palestinos mortos em ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza no dia anterior, em frente ao Hospital Nasser em Khan Yunis, em 4 de julho de 2025. A agência de defesa civil de Gaza relatou que mais de 70 pessoas foram mortas em ataques israelenses na Faixa de Gaza em 3 de julho, enquanto Israel expandia suas operações militares no território palestino sitiado, onde quase dois anos de guerra criaram condições humanitárias terríveis para a população de mais de dois milhões de pessoas. (Foto da AFP)/ AFP

Pessoas em luto participam do cortejo fúnebre dos palestinos mortos em ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza no dia anterior, em frente ao Hospital Nasser em Khan Yunis, em 4 de julho de 2025. A agência de defesa civil de Gaza relatou que mais de 70 pessoas foram mortas em ataques israelenses na Faixa de Gaza em 3 de julho, enquanto Israel expandia suas operações militares no território palestino sitiado, onde quase dois anos de guerra criaram condições humanitárias terríveis para a população de mais de dois milhões de pessoas. (Foto da AFP) ( AFP)

A ONU afirmou, nesta sexta-feira (4), que 613 pessoas morreram durante a entrega de ajuda em Gaza desde o final de maio, 509 delas perto das instalações da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos EUA e por Israel.

A GHF começou a distribuir caixas de alimentos em 26 de maio, após um bloqueio de mais de dois meses imposto por Israel à entrada de toda ajuda humanitária.

As distribuições da GHF levaram a cenas caóticas, com o exército israelense atirando em várias ocasiões na tentativa de conter centenas de palestinos desesperados.

"Registramos 613" pessoas mortas desde o início das operações da fundação até 27 de junho, das quais 509 "perto dos pontos de distribuição da GHF", disse Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em uma coletiva de imprensa em Genebra.

Os outros morreram "perto de comboios da ONU e de outras organizações", acrescentou, explicando que esses números estão em constante evolução.

"Quanto a quem é responsável, está claro que o exército israelense bombardeou e disparou contra os palestinos que tentavam chegar aos pontos de distribuição. Quantas pessoas foram mortas? Quem é o responsável?", perguntou Shamdasani.

A ONU e as principais organizações de ajuda se recusaram a trabalhar com a GHF, alegando que ela serve aos objetivos militares israelenses e viola os princípios humanitários básicos.

A fundação, que usa empreiteiros armados para fornecer segurança em suas instalações, nega que tenha havido qualquer incidente "nas proximidades" de seus quatro centros de distribuição.

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