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OTAN pretende aumentar em 400% defesa aérea e antimíssil

Segundo o chefe da aliança militar, os militares também precisam de mais milhares de veículos blindados e tanques

Isabel Alvarez

Publicado: 09/06/2025 às 17:50

Secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte/JORDAN PETTITT / POOL / AFP

Secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte (JORDAN PETTITT / POOL / AFP)

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte, anunciou que pedirá um aumento de 400% das capacidades de defesa aérea e antimíssil da Aliança.


“Precisamos dar um salto quântico na nossa defesa coletiva. O fato é que o perigo não vai desaparecer, mesmo com o fim da guerra na Ucrânia. A OTAN precisa de um aumento de 400% na sua defesa aérea e de mísseis. Estamos vendo na Ucrânia como a Rússia está a espalhar o terror a partir dos céus, por isso vamos reforçar o escudo que protege o nosso espaço aéreo”, afirmou Rutte.

Segundo o chefe da aliança militar, os militares também precisam de mais milhares de veículos blindados e tanques, mais milhões de cartuchos de artilharia e temos de duplicar as nossas capacidades de apoio, como a logística, o abastecimento, o transporte e o apoio médico. Rutte já propôs um valor global de 5%, no entanto sob a forma de uma adição de dois tipos de despesas.


Além disso, o secretário-geral comemorou a nova estratégia de defesa apresentada recentemente pelo Reino Unido, uma vez que o primeiro-ministro britânico Keir Starmer anunciou que construirá 12 submarinos nucleares de ataque e seis fábricas de munições para rearmar o país. "Irá “reforçar a defesa coletiva da OTAN”, acrescentou Rutte.

Já o almirante francês Pierre Vandier, Comandante Supremo Aliado da OTAN para a Transformação, também exaltou e destacou a criatividade ucraniana como uma lição para a Aliança. “A criatividade da Ucrânia, no seu ataque a bombardeiros nucleares russos usando drones a mais de quatro mil quilômetros das suas fronteiras, pode ser uma fonte de inspiração para os exércitos ocidentais. O que os ucranianos fizeram na Rússia é um cavalo de Tróia. Foi uma medida muito, muito boa. Esta missão mostrou ainda como a inovação e a adaptação são essenciais para vencer no campo de batalha.Hoje, estamos regressando a uma era dinâmica em que os exércitos devem ser o produto de um planejamento pesado, mas também de um planejamento adaptado. O tempo é de fato essencial. É preciso ser rápido, sobretudo num mundo que se tornou mais perigoso. Quando dizemos que estamos a defender-nos, temos as armas para nos defendermos. Quando dizemos que estamos a dissuadir, temos as armas para dissuadir. É isso que deve impedir a guerra, que deve fazer com que o adversário não diga a si próprio: Amanhã de manhã, vou ganhar”, disse.

De acordo com Vandier, a aliança deve se preparar para a crescente ameaça russa e garantir que será capaz de repelir um ataque de Moscou, nos próximos quatro ou cinco anos.

Em contrapartida, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, indicou que o plano da OTAN para este grande aumento da sua defesa aérea e antimíssil cria conflito e custará caro aos contribuintes europeus.

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, já apontou que os aliados estavam perto de um acordo sobre este objetivo, que poderia ser formalizado na conferência d da Aliança Atlântica, que acontecerá em Haia, entre os dias 24 e 25 de junho.

Enquanto isso, o presidente russo Vladimir Putin aprovou uma nova estratégia naval que visa restaurar totalmente a posição do país como uma das principais potências marítimas do mundo, avançou hoje Nikolai Patrushev, assessor presidencial.

A Rússia possui a terceira marinha mais poderosa do mundo, depois da China e dos Estados Unidos, mas tem sofrido uma série de perdas na guerra da Ucrânia."A posição da Rússia como uma das maiores potências marítimas do mundo está se recuperando gradualmente. Mas, é impossível levar a frente este trabalho sem uma visão a longo prazo dos cenários de desenvolvimento da situação nos oceanos, da evolução dos desafios e ameaças e, claro, sem definir as metas e objetivos da Marinha russa", declarou.

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