EUA vetam no Conselho de Segurança da ONU cessar-fogo e entrada de ajuda em Gaza
Os Estados Unidos vetaram a resolução, de autoria dos 10 membros não-permanentes do Conselho de Segurança e recebeu 14 votos a favor
Publicado: 04/06/2025 às 19:43

Conselho de Segurança da ONU (LEONARDO MUNOZ/AFP)
Nesta quarta-feira (4), o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas votou sobre um novo projeto de resolução que exigia um cessar-fogo imediato e permanente na Faixa de Gaza, além da suspensão de todas as restrições a entrada de ajuda humanitária e a libertação incondicional, imediata e digna de todos os reféns dos reféns.
Os Estados Unidos vetaram a resolução, de autoria dos 10 membros não-permanentes do Conselho de Segurança e recebeu 14 votos a favor. Os EUA como membro permanente tem o poder de impedir.
Alguns diplomatas já haviam reportado antes do inicio da reunião que os EUA, aliado de Israel, deveriam vetar o texto, apesar de representantes dos dez membros eleitos do Conselho terem tentado negociar a aprovação.
Israel enfrenta uma crescente pressão internacional para terminar a guerra, com muitas críticas inclusive de aliados tradicionais, que subiram o tom devido ao bloqueio de ajuda humanitária e ao elevado número de mortos civis.
"Não se pode assistir ao escândalo no Conselho de Segurança e aceitar ficar paralisado, é preciso agir", lastimou Riyad Mansour, embaixador palestino nas Nações Unidas, se referindo especialmente ao recente discurso do chefe dos assuntos humanitários da ONU, Tom Fletcher, que apelou que se evite a fome e o genocídio em Gaza.
“A pressão será exercida sobre aqueles que impedem o Conselho de Segurança de assumir as suas responsabilidades. Todos nós seremos julgados pela história pelo que fizemos para pôr fim a este crime contra o povo palestino", disse Mansour.
A última resolução do Conselho nesta questão foi em 2024 e apoiava um plano dos Estados Unidos de trégua em várias fases acompanhado da libertação de reféns e cessar-fogo, que só se concretizou durante um breve período a partir de janeiro de 2025 até a violação por parte do governo israelense.

