EUA reafirmam compromisso com OTAN, mas exigem investimento de aliados
Embaixador dos Estados Unidos na OTAN garantiu que o compromisso norte-americano com a Aliança permanece total e inabalável
Publicado: 04/06/2025 às 13:38

Embaixador dos EUA na OTAN, Matthew Whitaker (Brendan SMIALOWSKI/AFP)
O embaixador dos Estados Unidos na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Matthew Whitaker, garantiu hoje em coletiva de imprensa que o compromisso norte-americano com a Aliança permanece total e inabalável.
No entanto, exigiu novamente que os aliados europeus aumentem com urgência os gastos em defesa, argumentando que o princípio da defesa coletiva continua firme, mas o tratado também define a responsabilidade individual de cada Estado-membro em manter a sua capacidade de defender.
"É razoável esperar que os nossos aliados estejam igualmente comprometidos com as suas próprias obrigações. Os EUA continuarão a defender cada centímetro do território da OTAN. Mas, é fundamental que todos os aliados assumam plenamente a sua responsabilidade. Cada aliado deve investir pelo menos 5% do PIB em defesa e segurança, começando agora. Isto não é uma sugestão, é a base do nosso poder de dissuasão”, adiantou Whitaker.
Estas são as propostas que a Casa Branca apresentará na próxima cúpula da Aliança Atlântica que acontecerá neste mês, em Haia. Whitaker acrescentou que a meta de 2032 para os aliados atingirem os 5% do PIB, defendida pelo secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, pode não ser suficiente, tendo em conta a premência das ameaças que o continente enfrenta. "Antecipamos que todos os aliados atinjam ou ultrapassem os 2% ainda este ano. As ameaças à OTAN estão crescendo e os nossos adversários não vão esperar que nos preparemos. Precisamos de forças modernizadas e prontas para combater qualquer ameaça, seja ela convencional, nuclear, cibernética ou híbrida", afirmou, reiterando que esse progresso ainda não é suficiente.
O embaixador apontou que Washington quer o aumento de gastos em defesa se acelerarem já nos próximos meses, o que representa um adicional substancial em relação à meta de 2%, que foi estabelecida em 2014. Para os EUA, o novo limiar de 5% não deve ser uma meta para a próxima década, mas um objetivo com caráter urgente. "Preferimos que os nossos aliados avançassem com rapidez. Não podemos repetir erros como os de alguns países que apresentam planos que são promessas que só se cumprem daqui a 10 ou 11 anos", disse.
Whitaker, além disso, indicou que devido à liderança inovadora dos EUA, existe agora um movimento real de avanço nesse setor financeiro e que desde a posse de Donald Trump mais de 20 países aliados já anunciaram aumentos significativos nos orçamentos de defesa.
“Os EUA estão reforçando os investimentos em novos sistemas de defesa, também a partir da experiência em terrenos de conflito em que Washington financia os esforços de guerra. Estamos aprendendo em tempo real com o campo de batalha da Ucrânia. Cada lição que podemos extrair da guerra moderna será incorporada no planejamento estratégico da Aliança", avançou o embaixador norte-americano.
Questionado sobre a possibilidade de a Rússia ser formalmente nomeada como ameaça comum na declaração final da cúpula da OTAN, Whitaker apenas ressaltou que o foco será o compromisso com os 5%.

