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UE diz que irá rever acordo de associação com Israel

Reavaliação do acordo ocorre devido aos bombardeios e ao bloqueio israelense de mais de dois meses para a entrada de alimentos e ajuda humanitária na Faixa de Gaza

Isabel Alvarez

Publicado: 20/05/2025 às 17:18

Kaja Kallas/JOHN THYS/AFP

Kaja Kallas (JOHN THYS/AFP)

A União Europeia declarou hoje que irá rever o acordo de associação com Israel, devido ao bloqueio de mais de dois meses para a entrada de alimentos e ajuda humanitária na Faixa de Gaza e ainda pelos bombardeios que atingem a população civil.

"Há uma maioria a favor de fazer uma revisão do artigo sobre o respeito pelos direitos humanos do nosso acordo de associação com Israel", anunciou Kaja Kallas, depois de uma reunião com os chefes da diplomacia dos países do bloco.

Kallas considerou que é o momento de avançar para esse exercício, após a Holanda ter apresentado uma proposta no encontro.

O governo holandês já havia pedido uma revisão urgente do acordo comercial entre a União Europeia e Tel Aviv devido ao bloqueio da ajuda humanitária em Gaza. Numa carta a Kallas, chefe da diplomacia da UE, o ministro das Relações Exteriores da Holanda, Caspar Veldkamp, apelou pela revisão e descreveu o bloqueio israelense ao fornecimento de ajuda a Gaza como catastrófico e verdadeiramente sombrio e uma clara violação do direito internacional humanitário e do acordo de associação UE-Israel.

A chancelaria da Holanda condenou recentemente as restrições impostas por Israel ao enclave palestino. “Não se pode matar de fome o povo da Faixa de Gaza. É contra o direito internacional. É moralmente errado. É perigoso”, disse Veldkamp.

 

O ministro das Relações Exteriores da Holanda ainda afirmou na ocasião que o governo holandês vetará qualquer extensão do plano de ação UE-Israel, que implementa um acordo de associação que entrou em vigor desde 2000.

Esta é uma mudança significativamente de Amsterdã, que anteriormente liderou ações para ‘proibir’ a discussão sobre a suspensão do acordo de associação UE-Israel, uma medida defendida com mais insistência pela Espanha e a Irlanda.

Além disso, várias ONGs internacionais pressionam a UE a assumir uma posição mais firme diante da situação no enclave palestino.

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