° / °

Mundo
Negociações

Reino Unido suspende negociações comerciais com Israel

O Reino Unido também afirmou hoje ter sancionado diversos indivíduos e grupos na Cisjordânia por estarem ligados a atos de violência contra os palestinos.

Isabel Alvarez

Publicado: 20/05/2025 às 13:40

 Britain's Foreign Secretary David Lammy speaks to the media as he hosts talks of the

Britain's Foreign Secretary David Lammy speaks to the media as he hosts talks of the "Weimar+" group focused on Ukraine and the future of European security at Lancaster House in London, on May 12, 2025. The UK hosts European ministers for "critical" talks on "repelling Russian aggression", two days after Ukraine's allies demanded that Moscow accept a ceasefire. (Carlos Jasso / POOL / AFP))

Nesta terça-feira (2), o governo britânico anunciou que suspendeu negociações comerciais com Israel. Além disso, convocou o embaixador israelense em Londres para manifestar que não aceita o bloqueio à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. O Reino Unido também afirmou hoje ter sancionado diversos indivíduos e grupos na Cisjordânia por estarem ligados a atos de violência contra os palestinos.

Em reação à decisão do Reino Unido, as autoridades de Tel Aviv informaram que não irão mudar seus objetivos devido à pressão externa.

Numa declaração no Parlamento, o ministro das Relações Exteriores britânico, David Lammy, afirmou que será revista a cooperação bilateral futura entre os dois países e também não excluiu que poderá ser aplicadas mais medidas, inclusive sanções.

“Suspendemos as negociações com o governo israelense sobre um novo acordo de livre comércio. Vamos rever esta cooperação no âmbito do roteiro bilateral para 2030. As ações do governo de Netanyahu tornaram isto necessário. Estamos adentrando numa nova fase sombria deste conflito. Benjamin Netanyahu pretende expulsar os habitantes de Gaza para um canto ao sul do território e permitir que recebam apenas uma fração da ajuda de que precisam. Existe um plano da ONU pronto para prestar ajuda em grande escala, necessário com medidas de mitigação contra o desvio da ajuda. Há humanitários corajosos prontos a fazer o trabalho. Há nove mil caminhões na fronteira. Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acabe já com este bloqueio e deixe entrar a ajuda", afirmou Lammy, acrescentado que a situação humanitária é intolerável e abominável.

A decisão acontece um dia após o Reino Unido, a França e o Canadá terem condenado a forma como Israel está conduzindo a guerra em Gaza e avisar que poderiam aplicar sanções. “Não ficaremos parados enquanto o governo de Netanyahu mantém estas ações flagrantes. Se Israel não cessar a nova ofensiva militar e suspender as restrições à ajuda humanitária teremos de tomar novas medidas concretas em resposta", declararam os três governos aliados em nota.

Já Israel comunicou na segunda-feira (19) que começaria a consentir em uma entrada de ajuda limitada e básica em Gaza, por questões diplomáticas e militares. Mas, Netanyahu reforçou que tomará o controle do enclave palestino, o que gerou críticas e a condenação de boa parte da comunidade internacional. Entretanto, até o momento, depois de dois meses de proibição de qualquer entrada de ajuda humanitária, as Forças de Defesa de Israel autorizaram que cerca de nove caminhões entrassem, mas os trabalhadores humanitários relataram que foram somente cinco. As organizações internacionais destacaram que são precisos 500 por dia.

 

Na véspera, incluindo o Reino, Unido, França e Canadá, ao todo 22 países, dentre os quais a Alemanha, Japão, Holanda, Suécia e Austrália, além da União Europeia, também exigiram que Tel Aviv retomasse imediatamente a ajuda completa à Gaza, com o assistência organizada pela ONU e as ONGs que trabalham na região. Em um comunicado conjunto disseram que a situação em Gaza é inaceitável.

Enquanto isso, as Nações Unidas alertam que 14 mil bebês podem perder a vida nos próximos dois dias se a ajuda humanitária não entrar. “As taxas de subnutrição em Gaza aumentaram durante o bloqueio israelense e poderão crescer exponencialmente se a escassez de alimentos se mantiver”, advertiu a ONU.

  

Mais de Mundo