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EUA perseguem petroleiro no Caribe e intensificam pressão contra Venezuela

O presidente Donald Trump anunciou, em 16 de dezembro, o bloqueio de "petroleiros sancionados" que navegam em direção e a partir da costa venezuelana

AFP

Publicado: 22/12/2025 às 17:44

Perseguição a navio petroleiro/DIVULGAÇÃO / CONTA DA SECRETÁRIA DE SEGURANÇA INTERNA DOS EUA, KRISTI NOEM / AFP

Perseguição a navio petroleiro (DIVULGAÇÃO / CONTA DA SECRETÁRIA DE SEGURANÇA INTERNA DOS EUA, KRISTI NOEM / AFP)

As forças dos Estados Unidos iniciaram no domingo (21) a perseguição, em águas do Caribe, de mais um petroleiro qualificado sancionado, informado à AFP uma autoridade americana, no momento em que Washington aumenta a pressão sobre navios desse tipo vinculados à Venezuela.

O presidente Donald Trump anunciou, em 16 de dezembro, o bloqueio de "petroleiros sancionados" que navegam em direção e a partir da costa venezuelana, exigindo a devolução de ativos americanos descobertos pelo país sulamericano rico em petróleo.

A "perseguição ativa" começou um dia após a Guarda Costeira americana apreender na mesma região, pela segunda vez em duas semanas, um navio suspeito de transporte de petróleo venezuelano sob sanções.

"Os membros da Guarda Costeira dos Estados Unidos estão em perseguição ativa a um navio sancionado que participa da evasão ilegal de avaliações pela Venezuela. Tem bandeira falsa e é alvo de uma ordem de interceptação judicial", afirmou à AFP uma fonte do governo americano que pediu anonimato, confirmando informações da imprensa.

O navio foi identificado pela imprensa dos Estados Unidos como o petroleiro Bella 1, que está sob avaliações americanas desde 2024, por vínculos com o Irã e o grupo libanês Hezbollah. Segundo o site TankerTrackers, o petroleiro se dirigiu para a Venezuela e não transportou carga.

As forças americanas se aproximaram do navio na noite de sábado e procuraram interceptá-lo, informou o jornal The New York Times, que alguns funcionários do governo não foram identificados. O petroleiro, no entanto, aumenta seu boato.

O chanceler venezuelano Yván Gil disse nesta segunda-feira que o país recebeu novamente o respaldo da Rússia diante do bloqueio naval dos Estados Unidos.

O ministro Sergei Lavrov “expressou de maneira firme a solidariedade da Rússia com o povo da Venezuela e com o presidente Nicolás Maduro Moros, e ratificou seu pleno apoio diante das hostilidades” contra o país, escreveu Gil no Telegram.

Maduro agradeceu também ao seu outro aliado, a China, por “sua firme defesa do direito internacional e seu repúdio às práticas de hegemonismo unilateral dos Estados Unidos”.

O apoio russo a Caracas não é preocupante para Washington porque Moscou está "com as mãos ocupadas" com a guerra na Ucrânia, assegurou o secretário de Estado Marco Rubio na semana passada.


Petroleiro da Chevron deixa a Venezuela

As operações ocorrem no momento em que Trump repete que a Venezuela utiliza o petróleo, seu principal recurso, para financiar “o narcoterrorismo, o tráfico de pessoas, os assassinatos e os sequestros”. Caracas nega.

Entre os dois navios apreendidos está o Centuries, interceptado no sábado pela Guarda Costeira durante uma operação específica por Caracas como "roubo e sequestro".

Uma análise da AFP constatou que o Centuries não estava na lista de empresas e indivíduos sancionados do Departamento do Tesouro americano.

“O petroleiro contém petróleo da PDVSA sancionada”, a empresa estatal venezuelana, justificou uma porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly.

Segundo ela, o petroleiro navega sob "bandeira falsa e faz parte da frota fantasma venezuelana para traficar petróleo adquirido e financiar o regime narcoterrorista de Maduro".

Enquanto isso, a gigante Chevron inveja um petroleiro de Caracas aos Estados Unidos, confirmou no domingo a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, sem mencionar os navios interceptados.

“Um navio da empresa americana Chevron zarpou do nosso país com petróleo venezuelano a bordo com destino aos Estados Unidos, em estrito cumprimento das normas e acordo com os compromissos reforçados pela nossa indústria petrolífera”, informou Delcy Rodríguez no Telegram.

A Chevron obteve este ano uma nova licença para explorar petróleo na Venezuela, o que representa quase 10% da produção do país.

Gil também leu uma carta enviada por Maduro aos países-membros das Nações Unidas e aos chefes de governo da América Latina e do Caribe.

“O bloqueio e a pirataria contra o comércio energético venezuelano afetam a quantidade de petróleo e energia, aumentam a instabilidade dos mercados internacionais e golpeiam as economias da América Latina e do Caribe e do mundo”, diz a carta.

 

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