Reestruturação financeira: Sport celebra homologação da Recuperação Judicial
Diretor jurídico do clube destaca avanço institucional e reforça que a decisão consolida um dos "maiores pilares da história recente"
Publicado: 29/10/2025 às 17:48
Ilha do Retiro, a bandeira (Rafael Vieira;/DP)
O Sport recebeu nesta segunda-feira (28) a homologação de seu Plano de Recuperação Judicial, considerado essencial para reorganizar as finanças rubro-negras. A decisão, assinada pela juíza Ana Carolina Fernandes Paiva, da 4ª Vara Cível do Recife, reconhece que o Sport cumpriu todas as etapas previstas na Lei nº 11.101/2005 após a aprovação do plano em assembleia geral de credores, realizada em dezembro de 2024.
A aprovação, em deságio de 80%, reduz o passivo total de R$ 396 milhões para R$ 109 milhões. O diretor jurídico do clube, Guilherme Matos, celebrou o desfecho como um marco fundamental para o futuro do Sport.
"É um momento importante para a reestruturação do clube, algo que sempre foi pautado pela gestão do presidente Yuri Romão. Então, há quase um ano, em dezembro, a assembleia se reuniu e aprovou o plano proposto pelo Sport, e tivemos agora a homologação desse resultado pela juíza da vara em que o processo tramita", afirmou Matos.
Com a publicação da decisão no Diário Oficial, o dirigente explicou que passam a valer oficialmente os efeitos do plano, que passa a vincular todos os credores.
"Então, a partir de hoje, naturalmente, com a publicação da decisão no Diário Oficial, há de fato a incidência dos efeitos do plano de recuperação judicial para os credores e para o exterior também, e pelo que está nele proposto", destacou.
O plano homologado contempla diversas medidas de reestruturação financeira, entre elas a possibilidade de formação de uma SAF e a alienação de direitos comerciais e de arena por meio da Liga Forte União (LFU), apontadas por Matos como pilares centrais do processo.
"A própria SAF é um desses meios, assim como a possibilidade de alienação de direitos comerciais e de arena, que são objetos por intermédio da Liga Forte União. Então, existe todo um conglomerado de opções e de meios de recuperação e influências diretas no passivo do clube, algo que foi trabalhado no final de 2022 e com o ingresso do processo em 2023", explicou.
"Depois de todo esse tempo de trabalho, foi algo bem-sucedido e que julgo como um dos maiores pilares recentes da história do clube, e que servirá de alicerce, com certeza, para uma reestruturação completa e ainda maior para o futuro", concluiu o dirigente.
Passo decisivo e novas responsabilidades
A juíza destacou, em sua decisão, a boa-fé do Sport e o esforço da atual gestão na negociação com credores e na reorganização administrativa. O clube terá um prazo de dois anos para comprovar o cumprimento integral das obrigações previstas no plano e apresentar relatórios periódicos à Justiça.
Durante esse período, o administrador judicial deverá acompanhar a execução e apresentar um relatório final sobre o cumprimento das obrigações. Caso o Sport descumpra qualquer cláusula, a sentença prevê a possibilidade de convolação em falência, embora a magistrada tenha reconhecido o impacto coletivo e o caráter social da decisão.
O plano também determina que o Sport apresente, em até 180 dias, as Certidões Negativas de Débitos de todas as esferas tributárias e mantenha transparência e sustentabilidade financeira, priorizando o pagamento aos credores trabalhistas e fiscais.
O Sport Club do Recife teve, nesta terça-feira (28), o Plano de Recuperação Judicial homologado pela Justiça de Pernambuco.
— Sport Club do Recife (@sportrecife) October 28, 2025
A medida representa um avanço decisivo no processo de reorganização financeira e administrativa do Clube. A homologação confere segurança jurídica e valida… pic.twitter.com/gxp8fhSOWW