Beto Lago: "Por que apontar o Mirassol favorito contra o Sport?"
Favoritismo não garante resultado, é verdade. Mas os números e o desempenho gritam
Publicado: 25/10/2025 às 07:00
Mirassol x Sport, jogo válido pelo primeiro turno do Brasileirão, no Maião (Raphael Marques / Sport Recife)
Mirassol é favorito
Quando recebi o presidente da FPF, Evandro Carvalho, no início do ano, no Beto Lago DePrimeira, no YouTube, não imaginei que a declaração sobre o Mirassol ganharia tamanha repercussão nacional. “O que é que danado o Mirassol vai fazer na Série A do Brasileiro? Quem vai pagar e quem vai assistir? Não é clube de Série A”, disse o dirigente.
Pois bem, neste sábado, esse Mirassol desembarca na Ilha do Retiro como quarto colocado da Série A, com 52 pontos e 14 vitórias, próximo de uma vaga inédita na Libertadores. Do outro lado, um Sport em colapso, com futebol em baixa, crise institucional e uma lanterna que já virou propriedade. São apenas duas vitórias em 28 jogos e um time sem identidade. Pela bola jogada, seria insensato não reconhecer: o Mirassol é favorito. O time paulista tem o segundo melhor ataque do campeonato e mostra um padrão tático sólido, enquanto o Sport ostenta a segunda pior defesa da competição, vazada com frequência até na Ilha.
O fator psicológico pesa ainda mais: o Leão entra em campo pressionado, jogando as últimas fichas para evitar um rebaixamento anunciado. Favoritismo não garante resultado, é verdade. Mas os números e o desempenho gritam. O Mirassol é o retrato da gestão profissional e do trabalho silencioso. O Sport, o oposto: uma máquina de crises, vaidades e decisões erradas. Se há algo a aprender neste duelo, é que estrutura e planejamento ganham jogos — e sustentam clubes.
Atacantes em baixa
É constrangedor o momento do setor ofensivo do Sport. Daniel Paulista tenta resgatar um ataque que não faz gols, e as estatísticas são cruéis. Atencio, envolvido em toda a polêmica sobre sua contratação, não marca desde 22 de fevereiro, há 38 jogos. Paciência, que passou boa parte da temporada no departamento médico, não balança as redes desde 8 de março (34 partidas). Pablo soma 22 jogos de jejum, Barletta 19, e Romarinho 14.
Série A2 do Pernambucano
O fim de semana será decisivo na Série A2 do Pernambucano. No sábado, Vitória x Centro Limoeirense. No domingo, América x Caruaru City. Duas semifinais em jogo único, todas na Arena de Pernambuco, valendo vaga na final e, principalmente, o sonho do acesso.
O formato cruel resume o drama: só o campeão sobe. Nenhum espaço para erro, nenhum jogo de volta, nenhuma margem de recuperação. Para clubes que lutam há anos por estrutura e visibilidade, a segunda divisão estadual é mais que competição: é sobrevivência.
Hélio x Lisca
No Náutico, esqueçam projetos, ideias e reestruturação. A eleição pode virar um plebiscito entre treinadores. A situação aposta em Hélio dos Anjos, símbolo de estabilidade e disciplina. A oposição quer o retorno de Lisca, ídolo recente e personagem explosivo. No fundo, o debate não é sobre o futuro administrativo do clube. É sobre nostalgia e emoção. A política continua refém de nomes e salvadores da pátria, enquanto os problemas estruturais seguem intocados. O clube precisa de gestão, planejamento e reconstrução. Não de messias de vestiário.