Beto Lago: 'Seleção Brasileira em campo para recuperar a confiança do torcedor'
Não basta experimentar nomes: é hora de mostrar ideias, padrões e caminhos para Seleção Brasileira
Publicado: 04/09/2025 às 09:28

Seleção Brasileira (Rafael Ribeiro/CBF)
Seleção em campo
O Brasil entra em campo para encerrar sua participação nas Eliminatórias em dois jogos que, na prática, pouco acrescentam como testes de verdade. Hoje, no Maracanã, encara o Chile, lanterna da competição. Na próxima semana, fecha diante da Bolívia, em La Paz, com a velha desculpa da altitude. O peso competitivo é baixo, mas Carlo Ancelotti não pode desperdiçar a chance de começar a dar uma cara à Seleção. Pelo que se apresenta, o treinador italiano vai usar quatro atacantes na frente. No meio, Casemiro se mantém como referência no meio-campo, com Bruno Guimarães consolidado ao seu lado. Raphinha volta a fazer o papel do camisa 10, enquanto que o trio ofensivo será Estevão, João Pedro e Gabriel Martinelli, que ganha essa vaga por conta da suspensão de Vinícius Júnior. Ainda teria uma possibilidade de colocar Lucas Paquetá no meio, mas Ancelotti quer pressão e ofensividade brasileira a todo momento contra os chilenos. Outra boa novidade deve ser a presença de Douglas Santos, revelado no Náutico, como titular. Em meio à interminável escassez de laterais confiáveis na Seleção, é o tipo de oportunidade que não se pode desperdiçar. Mesmo sendo um esboço, espero por uma vitória. O problema é que, se por um lado esses jogos servem para observações individuais, por outro deixam a sensação de que o tempo segue passando e o modelo tático de Ancelotti ainda não está pronto. Não basta experimentar nomes: é hora de mostrar ideias, padrões e caminhos. Até para recuperar a confiança da torcida brasileira.
Ainda chama atenção ver parte da torcida cobrar a presença de Neymar na Seleção, como se sua ausência fosse fruto de perseguição ou decisão injusta de Carlo Ancelotti. O próprio atacante, após o jogo contra o Fluminense, insinuou que a responsabilidade por não ser convocado é de quem escolhe, mas falta ao jogador do Santos um mínimo de autocrítica: seu futebol hoje está muito distante do que já apresentou.
Discurso de vítima
Neymar não vem jogando bem, não decide, não desequilibra, e vive mais de lembranças do que de atuações recentes. Ancelotti, experiente e pragmático, não tem motivos para chamá-lo enquanto seguir nesse nível. A realidade é que, se quiser voltar a vestir a amarelinha, Neymar precisa abandonar o discurso de vítima e elevar drasticamente seu desempenho em campo. Só assim terá chance de reconquistar o espaço que um dia ocupou com sobra.
O troca-troca de treinadores
Com a demissão de Renato Paiva, o Fortaleza passa a engrossar a lista de clubes da Série A que já trocaram de treinador três vezes neste Brasileirão. A relação inclui também Juventude, Santos e Sport. Dos 20 clubes, oito resistem com o mesmo comandante desde o início da competição: Flamengo (Filipe Luís), Palmeiras (Abel Ferreira), Bahia (Rogério Ceni), Cruzeiro (Leonardo Jardim), Ceará (Léo Condé), Internacional (Roger Machado), RB Bragantino (Fernando Seabra) e Mirassol (Rafael Guanaes).








