Beto Lago: 'Antagônicos na forma. Iguais na conquista'
Em 2025, o Flamengo foi campeão da Libertadores e Brasileiro, enquanto o Corinthians venceu a Copa do Brasil
Publicado: 23/12/2025 às 09:20
Flamengo e Corinthians foram campeões de competições nacionais em 2025 ( Mauro Pimnetel/AFP e Pablo Porciuncula/AFP)
Antagônicos e iguais
Flamengo e Corinthians viveram 2025 por caminhos opostos e, ainda assim, chegaram ao mesmo destino: títulos. O clube carioca, maior potência financeira do País, faz o que se espera de quem domina fora de campo: transforma dinheiro em competitividade. Libertadores, Brasileirão e um vice no Mundial Interclubes. Não há improviso. Há método e eficiência. A hegemonia não nasce apenas do caixa robusto, mas da capacidade de potencializar recursos. Do outro lado está o time paulista. Um clube atolado em dívidas, figurando entre os cinco maiores devedores do Brasil e que contrata acima da sua realidade, amparado pelo peso histórico da camisa. Domingo, levantou o quarto título da Copa do Brasil. Um feito que desafia a lógica econômica, mas reafirma sua força simbólica. Há um ponto de interseção entre os extremos: o trabalho dos treinadores. Em sua primeira experiência no profissional, Filipe Luís surpreende pela maturidade. Seu Flamengo lidera estatísticas de posse de bola e passes certos, resgatando o DNA ofensivo de 2019, mas com evolução clara na organização defensiva. Não é apenas um time que ataca bem, mas que controla o jogo. No Corinthians, Dorival Júnior encarna a resiliência. Chegou em abril como bombeiro, e em pouco tempo, reorganizou um elenco emocionalmente abalado, apostando na estratégia e na confiança. Yuri Alberto e Memphis Depay são símbolos desse renascimento. Dorival extraiu o máximo de um grupo limitado fora de campo, mas ainda competitivo dentro dele. Antagônicos na forma. Iguais nas conquistas – aqui, sem referência do peso de cada taça, mas na emoção de ser campeão. E em comum, a capacidade dos treinadores de potencializar o que tem nas mãos. Flamengo e Corinthians devem muito (talvez tudo) aos seus comandantes em 2025.
O Sport inicia sua reconstrução com Roger Silva no comando técnico, escolha que passa pelo executivo Ítalo Rodrigues. Roger retorna à Ilha do Retiro com lastro afetivo: foi atacante do elenco campeão da Copa do Brasil de 2008 e vice do Estadual de 2013. Como centroavante que foi, carrega uma leitura clara do jogo ofensivo. A tendência é um Leão mais vertical, com protagonismo do camisa 9 e presença constante no campo adversário.
Encaixe imediato nos Aflitos
Com apenas duas competições no calendário, Náutico não tem margem para erro. Hélio e Guilherme dos Anjos sabem que o Estadual virou obrigação. Por ser um torneio curto, o Pernambucano exige um time-base definido desde o início. O objetivo é claro: brigar pelo título estadual e chegar ao início da Série B com um modelo consolidado. A reformulação foi extensa e agora é treinador para buscar o sonhado encaixe imediato.
Série B: subir custa caro
E por falar em Série B, os clubes apresentam suas folhas. O Fortaleza deve trabalhar na faixa de R$ 5 milhões, enquanto o Ceará será de R$ 4,5 milhões. Logo atrás vem Sport e Goiás, com R$ 3,5 milhões, e América/MG, R$ 3 milhões, e Náutico e Criciúma, com de R$ 2,5 milhões. São projeções iniciais, sujeitas a ajustes, mas fica o recado: quem errar no planejamento pagará a conta ao longo de 38 rodadas.