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Abel Braga operou o coração 15 dias antes de salvar Inter da Série B: 'Vim porque acreditava'

Abel Braga salvou o Internacional do rebaixamento para à Série B do Campeonato Brasileiro

Estadão Conteúdo

Publicado: 11/12/2025 às 10:01

Abel Braga retornou ao Internacional para salvar o time do rebaixamento/Ricardo Duarte / Internacional

Abel Braga retornou ao Internacional para salvar o time do rebaixamento (Ricardo Duarte / Internacional)

Abel Braga saiu da aposentadoria como treinador por oito dias com a missão de salvar o Internacional do rebaixamento à Série B. Segundo ele próprio, só aceitou o desafio porque acreditava que era possível. Então, disse "sim" à direção colorada apenas 15 dias depois de passar por uma cirurgia no coração.

Desde 2022, Abel não trabalhava como treinador. Nesse intervalo, ele atuou apenas como diretor técnico no Vasco até 2023. Depois dos oito dias no comando do Inter, já garante: "Vocês não me veem mais na beira do campo". O clube passa por uma reestruturação do departamento de futebol, mas ainda não há confirmação de que ele assumirá outro cargo.

"Vocês sabem o que eu estava fazendo sexta-feira retrasada, há 15 dias? É a pressão que o treinador sofre no Brasil... Estava fazendo ablação no coração. É a quarta que eu faço", disse em sua apresentação ao elenco do Inter, conforme revelou um vídeo de bastidores divulgado pelo clube nesta terça-feira.

Após a vitória colorada por 3 a 1 sobre o Red Bull Bragantino, combinada de resultados paralelos que mantinham o Internacional na Série A, Abel Braga voltou a falar em coração. "Eu segui meu coração quando vim para cá, mas porque eu acreditava", discursou

O treinador enfatizou em diferentes momentos que o motivo para crer que era possível salvar o Internacional era o primeiro tempo do time contra o Santos. A partida acabou empatada por 1 a 1.

O vídeo publicado pelo clube gaúcho mostra como Abel chegou em Porto Alegre. Tratado como um super-herói, o treinador foi enfático com torcedores: "Não vão xingar os caras (jogadores)" e ouviu sobre como o CT havia sido destruído pela enchente em 2024

Todo funcionário cumprimentado sorria ao ver o técnico campeão mundial com o Internacional. A maioria respondia: "Vamos melhorar", quando Abel perguntava como eles estavam.

O ambiente ficou tão mais relaxado a ponto de o técnico ultrapassar o limite, com uma fala homofóbica na sua primeira coletiva de imprensa. Pouco antes, na primeira conversa com os jogadores, ele foi mais preciso nas colocações.

"Isso aqui (apontado para o escudo na camisa) é como se fosse a minha vida. O 'Braga' no meu nome é como se estivesse neste símbolo", falou e completou: "Não fiquem tristes, que vai ficar uma m... Não vai cair p... nenhuma. Acredita."

Após a estreia, com derrota para o São Paulo por 3 a 0, restava apenas um jogo e era necessário que outros resultados contribuíssem. "Domingo não tem p... nenhuma. Tem de ganhar. Eram 180 minutos, 90 já foram para o c...".

O tom era outro logo antes do jogo da última rodada. "A ansiedade é ruim. A omissão é pior ainda. Só tem um jeito de fazer superação. É com equilíbrio. Sejam vocês Ninguém quer que vocês sejam diferentes", orientou.

Depois de confirmada a vitória e ser abraçado por jogadores e funcionários sob agradecimentos, Abel Braga voltou a discursar: "Bastou nós sermos nós mesmos."

No dia seguinte, ele já não era mais treinador e não foi ao CT. Negou entrevistas e disse ao assessor de imprensa (que, na verdade, atende ao filho de Abel, Fabio Braga, e estendeu o serviço) que iria apenas tomar um vinho.

Abel Braga retornou à aposentadoria. Ao menos como treinador. Ele diz que não volta, ainda que tenha aberto um precedente para "desaposentar". Mas apenas se ele acreditar na missão que lhe é dada.

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