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CARLO ANCELOTTI

Federação dos Técnicos repudia ataques de Oswaldo de Oliveira a estrangeiros e apoia Ancelotti

A fala de Oswaldo ocorreu durante o 2º Fórum Brasileiro dos Treinadores de Futebol, na Confederação Brasileira de Futebol (CBF)

Estadão Conteúdo

Publicado: 05/11/2025 às 08:26

Oswaldo de Oliveira critica treinadores estrangeiros /Reprodução

Oswaldo de Oliveira critica treinadores estrangeiros (Reprodução)

A Federação Brasileira dos Treinadores de Futebol (FBTF) emitiu nota de desagravo nesta terça-feira em resposta aos ataques de Oswaldo de Oliveira a Carlo Ancelotti e aos treinadores estrangeiros no futebol brasileiro. A fala ocorreu durante o 2º Fórum Brasileiro dos Treinadores de Futebol, na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Samir Xaud, presidente da confederação, e o treinador italiano estavam presentes no evento.

"A FBTF vem a público manifestar seu mais veemente repúdio às declarações e à postura inaceitável do ex-treinador Oswaldo de Oliveira", diz trecho da nota. "A FBTF considera inadmissível que um profissional que, ao longo de sua carreira, ocupou espaços relevantes no cenário nacional e internacional, utilize sua fala de maneira desequilibrada e ofensiva para desqualificar colegas de profissão e propagar discursos que desrespeitam o esforço coletivo de uma categoria que, com tanto empenho, busca reconhecimento e valorização em meio a inúmeros desafios estruturais e institucionais."

O evento ocorreu nesta terça-feira, no Rio. Oswaldo de Oliveira desejou que a seleção volte a ser comandada por um técnico brasileiro no futuro. "Tomara, nós cheguemos a ter os treinadores brasileiros brilhando, dirigindo clubes. É claro, Ancelotti, depois de ser campeão, tomara que volte um brasileiro no comando." A fala despertou um leve sorriso no italiano.

Oswaldo, de 74 anos, está sem clube desde 2019. Viveu seu auge no início dos anos 2000, quando esteve cotado para assumir a seleção brasileira após grandes trabalhos no Corinthians (com conquistar do Estadual, Brasileirão e Mundial de Clubes) e no São Paulo. Fez longa carreira no futebol japonês, erguendo taças no Kashima Antlers, entre 2007 e 2011.

Além de Oswaldo, Emerson Leão, ex-goleiro e treinador, também dirigiu ataques a técnicos estrangeiros no futebol brasileiro. "Eu sempre disse que não gosto de técnicos estrangeiros no meu país e não mudo a opinião. Mas, tenho de ser inteligente o suficiente para dizer que isso tudo tem um culpado: Nós, treinadores, somos os culpados da invasão de outros treinadores que não têm nada a ver com isso."

A nota da FBTF não cita Leão. Além do posicionamento, Alfredo Sampaio, presidente da FBTF, criticou a falta de cuidado de Oswaldo de Oliveira em sua fala e comentou o impacto que a postura pode causar nas pretensões dos treinadores brasileiros em se aproximar da CBF.

"Fica aqui o meu repúdio pela postura que ele (Oswaldo de Oliveira) teve aqui. Inadequada para um evento tão importante. Os treinadores brasileiros estavam tentando se aproximar da instituição esportiva mais importante do País (CBF), que está mudando o futebol brasileiro. Portanto, nós queríamos estar nessa mudança. E, hoje, confesso a vocês que eu não sei se a gente vai conseguir fazer tudo que nós planejamos por força de uma pessoa que não teve o equilíbrio para entender onde estava e não percebeu o que não poderia ser dito", afirmou Sampaio.

Além de Ancelotti, Leão e Oswaldo de Oliveira, participaram do evento Vagner Mancini, técnico do Red Bull Bragantino e presidente da FBTF, Rodrigo Caetano, coordenador executivo geral de seleções masculinas da CBF, Arthur Elias, técnico da seleção feminina, Geninho, campeão brasileiro em 2001 com o Athletico-PR e paulista em 2003 com o Corinthians, Fernando Diniz, do Fluminense, Ney Franco, campeão sul-americano com o São Paulo em 2012, entre outros brasileiros.

Carlo Ancelotti falou no início do evento. "A força do treinador brasileiro, tenho de ser honesto, não é tão forte. Uma das primeiras coisas que escutei e não entendo é porque o treinador brasileiro não pode treinar na Europa. Significa que a figura é um pouco fraca. É importante trabalhar juntos para que a geração seja forte", refletiu o técnico da seleção brasileira.

O treinador era um desejo de Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da CBF, desde 2023, mas só pôde ser concretizado em maio deste ano, após deixar o Real Madrid ao término de seu contrato. Desde que assumiu, são seis jogos no comando do Brasil. Ancelotti soma três vitórias, um empate e duas derrotas até aqui.

A FBTF considera inadmissível que um profissional que, ao longo de sua carreira, ocupou espaços relevantes no cenário nacional e internacional, utilize sua fala de maneira desequilibrada e ofensiva para desqualificar colegas de profissão e propagar discursos que desrespeitam o esforço coletivo de uma categoria que, com tanto empenho, busca reconhecimento e valorização em meio a inúmeros desafios estruturais e institucionais.

A Federação lamenta profundamente o ocorrido, que manchou o espírito de união e diálogo que marcou o evento, idealizado justamente para fortalecer a classe dos treinadores e promover o respeito entre todos os agentes do futebol.

Por fim, a FBTF apresenta suas sinceras desculpas ao Presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Sr. Samir Xaud, à diretoria da CBF, em especial, ao técnico Carlo Ancelotti, reafirmando a admiração, o respeito e o reconhecimento dos treinadores brasileiros pelo trabalho sério e pela contribuição de todos os que engrandecem o futebol.

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