Rubiales revela arrependimento de beijo 'consentido' em Hermoso e ataca governo espanhol
O ex-dirigente voltou a jogar a culpa, contudo, em Hermoso, que o denunciou e a quem jamais pedirá perdão
Paulo Leandro M. do Nascimento
Publicado: 12/11/2025 às 14:54
Rubiales se desculpou pelo gesto impróprio que fez na celebração do título e lamentou por todos os ataques que vem sofrendo (Foto: Reprodução/SporTV)
Dois anos após ser banido do futebol e consequentemente do cargo de presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) após dar um beijo na boca da jogadora Jennifer Hermoso para celebrar a conquista da Copa do Mundo Feminina, Luis Rubiales voltou a falar sobre a caso. O ex-dirigente admitiu que se arrependeu do ato em assembleia no Tribunal, mas reforçou que foi "consentido" pela atleta e ainda acusou o agora primeiro-ministro espanhol de usar o caso em jogo político.
"Como presidente, eu deveria ter sido mais calmo, mais profissional. Antes de mais nada, preciso dizer, como já disse em outras ocasiões, que foi um erro e que não lidei bem com a situação. Deveria ter agido com mais postura presidencial, mas tudo foi orquestrado de forma tão exorbitante e distorcida, exagerada e com interesses que podemos discutir agora, é mais do que eu merecia."
O ex-dirigente voltou a jogar a culpa, contudo, em Hermoso, que o denunciou e a quem jamais pedirá perdão. "Não, não vou me desculpar com Jenny Hermoso porque eu perguntei a ela e ela disse 'tudo bem'", disse. "A Jenni era uma boa amiga, perdeu um pênalti e estava vindo na minha direção, me abraçou de um jeito específico e, bem, aconteceu (o beijo)", explicou.
Ele seguiu em sua defesa. "A sentença diz isso, isso é uma prova, e Jenni e eu sabemos que não é o caso. Não vou mudar meu depoimento inicial como outros fizeram, como Jenny fez. Pedi a permissão dela e ela disse 'tudo bem'. Além disso, foi um beijo apaixonado, sem qualquer conotação sexual, na frente de 80 mil pessoas", falou, antes de atacar o primeiro-ministro Pedro Sánchez.
"Não estou dizendo que ela foi manipulada ou que houve outros motivos. O que eu vi foi uma manobra imediata da extrema esquerda em nosso país, com interesses claros e direcionados, com a criação de uma realidade paralela e uma mudança repentina de discurso. Num contexto em que Pedro Sánchez precisava do apoio dos separatistas para se consolidar como primeiro-ministro, ele teve que conceder-lhes uma anistia que ele mesmo já havia dito mil vezes ser ilegal e não ter lugar na Constituição. Foi uma cortina de fumaça, Houve a tempestade perfeita para capitalizar o incidente do beijo em relação à Lei de Anistia", disparou.