Produção industrial de PE registra alta de 31,3%, segundo IBGE
A alta na produção industrial pernambucana foi registrada na última Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo IBGE nesta quarta (11), após queda em meses anteriores. Fiepe aponta tendência de recuperação, mas diz que o momento ainda é de cautela.
Publicado: 11/06/2025 às 17:58

A retomada das atividades da refinaria Abreu Lima é apontada como o principal fator que influenciou para o resultado positivo do PIM. (Fernando Frazão/Agência Brasil)
A Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (11) trouxe Pernambuco como principal local do Brasil com avanço na produção industrial na passagem de março para abril. O estado registrou um crescimento de 31,3% no período analisado, sendo a maior taxa da série histórica em termos absolutos e ficando bem acima da média nacional, que registrou avanço de 0,1%.
O economista da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Cézar Andrade, atribui o resultado positivo ao retorno das atividades da Refinaria Abreu e Lima, que estavam paralisadas desde o início do ano para a conclusão das obras de modernização do Trem 1. Não é à toa que nos primeiros três primeiros meses do ano, Pernambuco acumulou uma queda de 28,5% na sua produção industrial, com recuo de 10,1% apenas na passagem de fevereiro para março.
Apesar de contar com outras atividades industriais relevantes, como a indústria naval, as fábricas de veículos automotores e a indústria alimentícia, a produção pernambucana ainda pode ser muito impactada pelas alterações na refinaria, que é a única do estado. “Além do Trem 1, que foi modernizado agora, precisamos ter outros para a nossa produção industrial crescer ainda mais”, disse Andrade, relembrando que já existem negociações para instalar o Trem 2 em Pernambuco.
Com o desempenho positivo no PIM mais recente, o estado também tem boas perspectivas para os meses seguintes. De acordo com a Fiepe, um dos desdobramentos pode ser o reaquecimento da demanda em segmentos industriais importantes para Pernambuco, como os setores de alimentos, químicos e derivados de petróleo.
MOMENTO DE CAUTELA
Porém, a Fiepe destaca que o momento ainda é de bastante cautela, pois a base de comparação estava bastante deprimida e Pernambuco ainda registrou uma queda de 3,4% em relação ao mesmo período no ano passado.
“A gente ainda atribui essa queda ao setor de derivados de petróleo, que ainda não voltou a sua capacidade total e teve um recuo de 9,6% em relação ao ano passado. O setor de produtos alimentícios também caiu 7,6% em relação ao mesmo período. Estamos em um momento de inflação elevada, com a taxa Selic em 14,75%, o que dificulta a produção”, analisa Andrade.
A boa notícia é que a tendência é de que esse quadro se reverta até o final do ano. “Historicamente, a produção de Pernambuco sempre é melhor no segundo semestre, com a retomada da indústria da cana de açúcar, dentre outras que intensificam a produção nesse período, a gente vê um semestre de recuperação”, aponta Andrade.
BRASIL
O PIM sobre a produção industrial brasileira na passagem de março para abril também registrou avanço na Região Nordeste (7,2%), Goiás (4,6%) e Bahia (0,5%), que também ficaram acima da média nacional (0,1%). São Paulo, o estado que tem o maior parque industrial do país, se destacou com desempenho negativo, registrando queda de 1,7% no período analisado.
Na comparação com abril do ano passado, a variação negativa de 0,3% foi acompanhada por 11 dos 18 locais pesquisados. No acumulado em 12 meses, o avanço de 2,4% do setor industrial foi acompanhado por 12 das 18 localidades, porém, dezesseis apresentaram menor dinamismo.

