Em meio à crise da gripe aviária, Adagro segue sem presidente
O médico veterinário Moshe Fernandes foi aprovado para presidente da Adagro por unanimidade na CCLJ da Alepe, mas ainda precisa ser acatado no Plenário. A votação seria nesta quarta-feira (21), mas não tinha o número mínimo de deputados necessário.
Publicado: 21/05/2025 às 18:16

Moshe Fernandes foi indicado pela governadora Raquel Lyra para assumir a presidência da Adagro. (Jarbas Araújo/Alepe)
Na manhã desta quarta-feira (21), a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ), da Alepe, sabatinou o médico veterinário Moshe Dayan Fernandes de Carvalho, indicado pela governadora Raquel Lyra (PSD) para a presidência da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro). O nome foi aprovado por unanimidade na CCLJ, porém ele não poderá assumir o cargo ainda porque precisa do aval do Plenário.
A votação na Reunião Plenária que iria oficializar Moshe Fernandes como presidente da Adagro também estava prevista para a tarde desta quarta-feira, mas não aconteceu por falta de quórum. Seria necessário que pelo menos 25 deputados votassem na pauta, mas apenas 14 compareceram na ocasião. Diante da urgência para aprovar o nome, a evasão parlamentar causou revolta em alguns deputados presentes.
O processo de designação de Moshe Fernandes como presidente da Adagro foi antecipado devido às suspeitas de gripe aviária que se espalham entre granjas avícolas do Brasil, desde que o primeiro caso nacional foi confirmado na última quinta-feira (15), no Rio Grande do Sul. A Adagro tem papel fundamental no combate à crise, porque é o órgão da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca de Pernambuco responsável por fiscalizar a agropecuária do Estado e garantir qualidade sanitária da produção. Atualmente, o órgão está sem dirigente, gerando preocupação no setor.
Ontem, o presidente da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), Giuliano Malta, foi até a Alepe para falar sobre o assunto. Diante do cenário delicado, tomou-se a decisão de convocar extraordinariamente a CCLJ para a manhã desta quarta (21) para agilizar a aprovação de Moshe como presidente da Adagro, caso houvesse votação no plenário nesta tarde. Na ocasião, o deputado Mário Ricardo (Republicanos) pediu a palavra para elogiar a sensibilidade da Alepe e demonstrar preocupação com o descaso de alguns parlamentares.
“É muito importante que o povo saiba da preocupação desta Casa com aquilo que é relevante para o desenvolvimento de Pernambuco, para o povo, para a geração de emprego e renda. Nós estamos diante de uma iminente crise sanitária e esse parlamento mostrou seu zelo, mas me preocupa porque precisamos desse número mínimo de deputados agora. A parte do parlamento está feita, agora é preciso saber a responsabilidade daqueles que efetivamente a tem para tratar de um tema tão delicado", disse ele.
O deputado Junior Matuto (PSB) também se manifestou sobre as ausências, negando que a oposição seria responsável por impedir ações do Governo. “Infelizmente chegou o recado de Yuri Coriolano, da Casa Civil, para esvaziar essa Casa. Será que a estratégia vai ser nomear o senhor Moshe como vice? Porque nesse Governo, quando a gente acha que sabe das respostas, ele muda as perguntas. Queria falar da preocupação com a importância de uma sabatinada dessa, que seria hoje e só Deus sabe quando vai ser. Não quero escutar pela imprensa que a Casa, mais uma vez, tentou travar o Governo do Estado. Quem está travando o Governo do Estado é a governadora Raquel Lyra”, afirmou.

