Dad Bod x Six-Pack: quando a barriga fala mais alto que o físico ideal
O Dad Bod, aquele biotipo levemente acima do atlético, com uma barriguinha discreta, têm atraído mais olhares do que um corpo esculpido no ferro
Publicado: 17/06/2025 às 11:34

(Freepik)
O corpo masculino ideal mudou. Hoje, o Dad Bod, aquele biotipo levemente acima do atlético, com uma barriguinha discreta, têm atraído mais olhares do que um corpo esculpido no ferro. Isso porque ele não é apenas um corpo, mas um símbolo de postura e presença.
O que o Dad Bod comunica segurança emocional, maturidade e equilíbrio. Não grita “obsessão por academia” nem “sedução imediata”, mas sussurra: “sou real, estou presente, cuido de mim sem neuras”. E, para muitas mulheres, isso vale mais do que estética perfeita.
A figura do Dad Bod passou a ser símbolo de confiança para a vida em família, menos testosterona impulsiva, mais paciência e menos risco. Culturalmente, ele ganhou força com celebridades e esportistas públicos, que não posam como atletas perfeitos, mas como homens que vivem.
Uma pesquisa da Dating.com, com mais de 2.000 solteiros, revelou que quase 75% das pessoas preferem o Dad Bod em vez de corpos esculturais. Já o levantamento da Planet Fitness mostrou que 78% das mulheres consideram homens com Dad Bod confiantes na própria pele e 47% chegaram a dizer que a “barriguinha” pode ser o novo seis-pack (músculos retos abdominais bem definidos).
Em suma, a barriguinha tem falado mais alto porque carrega histórias, valores e promessa de companhia real. Em vez de músculos frios, oferece afeto morno. Assim, no jogo da convivência, quem escolhe Dad Bod parece escolher a vida como ela é.
BRASIL EM ESTADO DE ALERTA: QUATRO FEMINICÍDIOS POR DIA
O Brasil atingiu um número chocante: em 2024 foram registrados 1.459 feminicídios, uma média de quatro mulheres assassinadas por dia. Mesmo que a taxa por 100 mil mulheres tenha permanecido estável (1,34), o total absoluto representa o maior índice da série histórica desde 2020.
Essa tragédia acontece em meio a outros dados alarmantes: as mulheres continuam sendo vítimas dentro de casa, seu próprio espaço, e em grande parte são negras, reforçando a interseção entre gênero e raça na violência doméstica. Enquanto muitas categorias criminais apresentam queda no país, os feminicídios mostram padrão contrário, revelando uma violência que insiste em se sustentar estruturalmente.
As regiões mais afetadas são o Centro Oeste em taxa, e o Sudeste, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro, em número absoluto de casos. Estados como Piauí, Maranhão, Paraná e Amazonas tiveram aumentos expressivos, com elevação de 30% a 42% nos registros.
Apesar de leis avançadas, como a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio em 2015, e iniciativas como as delegacias especializadas (“Salas Lilás”) e programas de acolhimento, a verdade é que a implementação é frágil. Orçamento insuficiente, morosidade nos processos e uma cultura machista ainda enraizada fazem com que essas mortes continuem acontecendo.
Há ainda o aumento recorde de estupros: mais de 83 mil casos em 2024, cerca de 227 por dia, evidenciando padrão de violência de gênero cotidiano e sombrio.
Enquanto não houver mobilização real, não apenas de leis, mas de educação, investimento, prevenção e mudanças culturais, esse número será apenas mais um marco traumático. O feminicídio é uma expressão máxima da desigualdade e do machismo, que persistem e exigir respostas rápidas e transformadoras é urgente.
CONGRESSO ANULA ATENUANTE DE IDADE EM CASO DE ESTUPRO
O Congresso Nacional aprovou um projeto substitutivo que determina que a idade do autor, seja por ser menor de 21 anos no momento do crime ou maior de 70 anos à época da condenação, não poderá mais reduzir a pena em casos de estupro. A medida foi aprovada pelo Senado em 10 de junho e segue agora para sanção presidencial.
Pela legislação anterior, jovens com menos de 21 anos ou idosos acima de 70 tinham direito à atenuante e ao prazo de prescrição reduzido pela metade em qualquer crime. Com a nova regra, esses benefícios serão vedados exclusivamente nos casos de violência sexual contra mulheres, fortalecendo a perspectiva de que estupro é crime hediondo e sem justificativa pela condição do agressor.
O projeto foi relatado pela senadora Professora Dorinha (UniãoTO), que destacou: “juventude e velhice não podem servir de desculpa para violência sexual”, uma posição que reflete o entendimento de que a proteção da vítima deve prevalecer sobre as circunstâncias do acusado.
Essa mudança legislativa combate impunidades implícitas, envia um sinal claro de que tais crimes serão tratados com rigor, e contribui para a segurança das vítimas ao evitar reduções automáticas de pena baseadas na idade.

