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Em vigília, Flávio Bolsonaro diz que dano à tornozeleira foi "desespero"

Flávio afirmou que não há "qualquer lógica" na ideia de que Bolsonaro teria planejado escapar

Correio Braziliense

Publicado: 23/11/2025 às 10:00

Entrevista coletiva de Flávio Bolsonaro neste sábado (22) antes de vigília./Ed Alves / CB / DA Press

Entrevista coletiva de Flávio Bolsonaro neste sábado (22) antes de vigília. (Ed Alves / CB / DA Press)

Em meio à vigília, na noite deste sábado (22/11), realizada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) negou que o pai tenha tentado fugir ou remover a tornozeleira eletrônica — pontos centrais citados pelo ministro Alexandre de Moraes ao determinar a prisão preventiva do ex-chefe do Executivo.

Flávio afirmou que não há “qualquer lógica” na ideia de que Bolsonaro teria planejado escapar. Segundo ele, o ex-presidente não conseguiria sequer atravessar a curta distância entre a residência e o local da vigília sem provocar aglomeração e chamar atenção imediata.

“Não consigo imaginar qual seria a possibilidade de o meu pai conseguir caminhar, talvez mais de 1 km, de lá até aqui, com uma possível aglomeração que tivesse aqui nesse local em que a gente está”, disse o senador. Ele acrescentou que vigílias anteriores já haviam reunido apoiadores e que a família mantém a expectativa de que “o povo está conosco”.

Solda na tornozeleira 

Os irmãos confirmaram que Bolsonaro usou uma solda para mexer na tornozeleira eletrônica, mas insistiram que a ação não tinha relação com fuga. Segundo Carlos Bolsonaro, se essa fosse a intenção, o pai teria tentado cortar totalmente o equipamento.

Flávio reforçou a tese: “Ele estava ali, logo, rapidamente, chegaram os policiais, bateram na porta dele, viram que ele estava em casa, trocam a tornozeleira dele, ele volta a dormir. Essa é a fuga absurda aí, milagrosa, ele ia sair voando”.

O senador disse acreditar que o gesto que danificou o equipamento pode ter sido motivado por um momento de desespero. Segundo ele, familiares que vieram de São Paulo passar o dia com Bolsonaro, o que poderia ter provocado uma reação emocional.

“Eu fico tentando imaginar por que ele teria feito isso. Eu acho que pode ter sido ali algum ato de desespero, talvez porque tenha sentido vergonha perante familiares dele”, afirmou.

Apesar da avaria na tornozeleira ter sido registrada às 0h08, Flávio destacou que o pedido de prisão preventiva da Polícia Federal ocorreu antes disso. “Só que, mais uma vez, isso não foi decisivo para a decretação da prisão dele. A prisão dele já estava decidida”, declarou.

“Criminalização da oração” 

Os aliados de Bolsonaro também contestaram o uso de um convite para uma vigília religiosa como parte da fundamentação da prisão. Flávio criticou o fato de a convocação — feita por ele próprio — ter sido citada por Moraes. “Estão criminalizando a oração. Nós chamamos voluntariamente as pessoas para virem rezar pela saúde dele. Agora, isso virou motivo para prisão?”, questionou.

Outro integrante da comitiva, o deputado Eduardo Bolsonaro, ironizou o argumento sobre risco à ordem pública e comparou o Brasil a regimes autoritários. “Dizem que vamos virar uma Venezuela. Estamos virando é uma Coreia do Norte”, afirmou. Ele também insinuou que o ministro Moraes teria motivação política: “É evidente que toda a fundamentação da prisão tem motivação política. Ele queria evitar comoção popular”.

Durante a coletiva, parlamentares afirmaram que Bolsonaro recebe tratamento diferenciado em relação a outros monitorados. Segundo eles, embora cerca de “120 mil pessoas tenham tornozeleira eletrônica no Brasil, só Jair Bolsonaro tem uma viatura na porta de casa”.

Eduardo Bolsonaro citou também o vazamento de imagens da casa do ex-presidente para reforçar o argumento de perseguição. “Se nós fizéssemos algo parecido, já estaríamos presos”, disse.

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