Para Marina Silva, COP30 marca um novo ciclo de integração ambiental
Ministra afirma que negociações avançam acima do esperado e ressalta importância de ações coordenadas entre países amazônicos
Wal Lima - Correio Braziliense
Publicado: 13/11/2025 às 22:57
Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (José Cruz/Agência Brasil)
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira (13/11), que a retomada da Comissão de Ministros de Meio Ambiente da Amazônia marca um novo ciclo de integração sustentável entre os países da região. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa na Zona Azul da COP30, em Belém.
Marina destacou que o grupo, que estava há 25 anos sem se reunir, voltará a operar guiado pela agenda pactuada nas cúpulas de Belém e de Bogotá. Segundo ela, "o primeiro eixo de ação será o painel técnico-científico para monitoramento contínuo da Amazônia", considerado essencial para embasar políticas sobre clima, biodiversidade, recursos hídricos e pesca.
Ela também citou medidas em andamento, como iniciativas de combate à criminalidade ambiental.
"O Brasil inaugurou recentemente uma base avançada da Polícia Federal com recursos do Fundo Amazônia, preparada para atuar inclusive de forma transfronteiriça", disse.
Marina ressaltou que a expectativa é de ampliar ações conjuntas entre áreas protegidas dos países amazônicos, "criando corredores e sinergias que fortaleçam a proteção da biodiversidade".
"Não é só meio ambiente estrito. Queremos apostar numa agenda de desenvolvimento sustentável, em infraestrutura verde e resiliente", afirmou.
Segundo a chefe da pasta, diferentemente de outros anos, a agenda da COP foi aprovada nas primeiras horas, o que significaria um avanço no ritmo das negociações. "Quem tem cultura de COP sabe que isso não é trivial. Já passamos uma semana só para definir a pauta", observou.
Em meio às discussões, a palavra "soberania" foi repetida diversas vezes, tema sensível diante das tensões recentes envolvendo Venezuela e Estados Unidos. Marina Silva enfatizou que "a cooperação internacional deve sempre respeitar acordos vigentes".
Debate
Questionada sobre a possibilidade de a COP30 entregar em 2025 um caminho para a transição global, Marina disse ver avanços importantes. Ela lembrou que o consenso de Dubai estabeleceu metas ambiciosas, como não ultrapassar 1,5°C, financiar adaptação, avançar na transição energética e eliminar o desmatamento.
Por outro lado, reforçou que "decisões precisam vir acompanhadas de meios de implementação". "Não basta decidir. É preciso dizer como vamos fazer", disse. A ministra citou a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que os países elaborem um roteiro de transição "tanto para o fim do desmatamento quanto para o abandono gradual dos combustíveis fósseis".
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