Os brasileiros aguardam!

Francisco Dacal
Administrador de Empresa e escritor

Publicado em: 04/04/2019 03:00 Atualizado em: 04/04/2019 13:20

É possível que hoje o Brasil seja o país que mais explique insucessos e fatos políticos negativos.  

Repetem-se as velhas justificativas. E os discursos vazios que não levam a nada. Vários são os agentes. E a falta de pragmatismo e competência quanto ao essencial colabora, e muito.

Não é de agora que a América Latina ficou com a pecha de lugar de bons discursos e péssimos resultados. Examinemos o nosso lado. Vamos torcer para um dia superar esta pecha, apesar da qualidade dos quadros atuais não ajudar. O mar não está pra peixe. Aliás, na nossa história republicana nunca esteve, observando-a com isenção.

O revisitado escritor Lima Barreto escreveu no seu grande livro Triste fim de Policarpo Quaresma, lançado no início do século passado, na segunda década da República, talvez já pelas circunstâncias da época, ou como premonição, um célebre diálogo entre personagens: “A república precisa ficar forte, consolidada... Essa terra necessita de governo que se faça respeitar... É incrível! Um país tão rico, talvez o mais rico do mundo, é, no entanto, pobre, deve a todo mundo... Por quê? Por causa dos governos que temos tido que não têm prestígio e força... É por isso”. Em seguida afirma... “Deodoro nunca soube o que fez... Morreu arrependido”. Esse arrependimento diz respeito ao golpe militar de 15 de novembro de 1889.   

No artigo Ou se reinventa a república ou que volte a monarquia, publicado neste periódico em 01/06/2016, foi dito, com base na grave situação do período, que “desde 1889 os brasileiros têm sido extremamente tolerantes. Todavia, está cansado de tanta aberração”.  

O tempo passa. E tempo perdido não se recupera. Estamos no fim da segunda década (20%) do Século 21. Quando será que o Brasil vai entrar nele?. Que canseira. Haja “resistência”.

E a barbárie está perto. De simples calçadas esburacadas ao crescente consumo de crack nas cidades; da carência de saneamento básico à falta de remédios em postos de saúde, o universo de problemas é enorme. Nele, a corrupção, matriz de tudo, vem sendo tratada com êxito pela operação Lava-Jato – dizem pela “república de Curitiba”, mas essa deu certo desde o início.

Há registros que são estarrecedores. Como um recente divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), de que nos últimos 20 anos, entre 1997 e 2016, mais de 145 mil crianças e jovens faleceram no Brasil em consequência de disparos de armas de fogo, acidentais ou intencionais, como em casos de homicídios ou suicídios. A maioria dos casos, 45% em 2016, aconteceram nos estados do Nordeste, que precisam reagir, urgentemente, com novas e eficazes políticas para combater esta tragédia, de caráter reacionário, pois é a deficiência na educação a sua causa raiz.

Missões e desafios, recuperadores e de avanços, em todos os setores e instituições, estão nas mãos deste novo governo e parlamento, que não podem permanecer com as mesmices de gestões anteriores. Que façam acontecer, independentemente de partido e ideologia, o fim é um só, o bem da nação, que não se encontra bem. Os brasileiros aguardam!

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