° / °
Cadernos Blogs Colunas Rádios Serviços Portais

Caso Esther: juíza diz que liberdade provisória seria "risco à integridade física" de investigados

Fernando Santos de Brito, de 31 anos, e Fabiano Rodrigues de Lima, de 27, foram presos em flagrante pot ocultação de cadáver. Eles negam participação no crime

Por Felipe Resk

Suspeitos moravam na casa onde corpo da menina foi encontrado

A juíza Roberta Barcala Baptista Coutinho, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), decretou, nesta quarta-feira (22), a prisão preventiva de dois suspeitos de envolvimento na morte da menina Esther Isabelly, de 4 anos, que foi encontrada em uma cacimba, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife. Os investigados negam participação no crime.

Os suspeitos, Fernando Santos de Brito, de 31 anos, e Fabiano Rodrigues de Lima, de 27, foram presos em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver – e não por homicídio. Segundo a investigação, eles eram inquilinos e moravam no imóvel em que o corpo da criança foi achado, com sinais de violência, na tarde de terça-feira (21).

O Diario de Pernambuco teve acesso à decisão que manteve os dois na cadeia. Nela, a magistrada afirma que a prisão seria necessária para garantir a “ordem pública”, por causa da “gravidade do crime e de sua repercussão”, mas também a segurança dos suspeitos.

“As circunstâncias da prisão dos flagranciados revelam e evidenciam a inadequação das cautelares diversas da prisão, recomendando o caso concreto a necessidade da medida extrema, impedindo a reiteração delitiva, com conveniência inconteste para a instrução criminal”, escreveu.

“Explico. O réu Fabiano é primário enquanto que Fernando ostenta condenação por roubo e responde por um furto, entretanto o crime perpetrado causou imensa repercussão social, atenta contra o mais importante dos bens jurídicos - a vida - sem mencionar que seria um risco à integridade física dos autuados a concessão da liberdade provisória.”

Corpo

Esther desapareceu na tarde de segunda-feira (20), enquanto brincava com os irmãos, de 10, 8 e 7 anos, perto de um campo de futebol, no bairro Pixete, próximo à casa das crianças.

Em depoimento, os meninos afirmaram ter visto o momento em que um homem encapuzado teria arrebatado a criança e levado até um imóvel. As crianças, no entanto, não souberam apontar a identidade do criminoso.

O sumiço de Esther mobilizou o bairro. Familiares e vizinhos fizeram buscas e chegaram a ir à casa onde o corpo da menina seria encontrado, na tarde de terça-feira (21), jogado em uma cacimba de 3,8 metros de profundidade. O desaparecimento durou cerca de 21 horas.

O cadáver apresentava lesões no rosto. Nesta quarta, perícia do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou que a causa da morte teria sido traumatismo cranioencefálico provocado por instrumento contundente.

Em depoimento, o proprietário do imóvel afirmou que o terreno seria completamente murado e apenas Fernando e Fabiano, que moravam em casas diferentes, tinham as chaves do local.
Prisão

Inicialmente, os dois foram encaminhados para a Delegacia de São Lourenço da Mata, que foi cercada por populares, na tarde de terça-feira. Por questão de segurança, os policiais decidiram levá-los ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), onde acabaram autuados em flagrante.

Em interrogatório, ambos negaram envolvimento com a morte de Esther e afirmaram que não estavam na casa no momento em que o corpo da menina foi escondido na cacimba.

À Polícia Civil, Fabiano disse que, na segunda-feira, saiu para trabalhar, por volta das 3h40, e depois esteve na casa de uma amiga, das 13h40 às 16h40. Segundo o depoimento, ele só teria chegado à própria residência por volta das 18h. Afirmou, ainda, que foi dormir por volta das 23h e não ouviu nada de estranho durante a noite.

Já Fernando alegou que, no dia do desaparecimento, ele esteve na casa da mãe de Esther e os dois beberam juntos. Por volta das 16h30, ele teria ido visitar a mãe e só passou em casa, à noite, para buscar alguns pertences.