Só a democracia nos interessa

Francisco Dacal
Administrador de empresas

Publicado em: 20/10/2018 03:00 Atualizado em: 20/10/2018 06:38

Os eleitores brasileiros fizeram valer, democraticamente, a autonomia e o poder de análise e decisão que possuem. Diante da desastrosa realidade política e econômica nacional optaram, nestas eleições gerais, sem piedade, por sérias mudanças na sua representatividade. Em situações específicas não deixaram de se posicionar, como num patético caso em Minas Gerais, terra de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

Com os resultados das urnas anunciados explodiram lamentações e interpretações por todos os quadrantes do vasto território verde-amarelo. Até os institutos de pesquisas e cientistas políticos foram atingidos; ficaram à deriva.

É verdade, nada acontece por acaso. Há muito tempo que a classe política vinha subestimando os eleitores. Poucos estiveram atentos às reais necessidades e sentimentos da coletividade sob o ponto de vista da nação.

Alguns anos atrás Dom Hélder Câmara tinha advertido, dizendo... “vocês pensam que o povo não pensa? O povo pensa”! Dito e feito, o povo tomou as medidas cabíveis, através do voto. Enfim, o poder emana do povo, como registra a nossa Constituição no Artigo 1º, parágrafo único. 2018 tornou-se um capítulo importante na história política do Brasil.

O recado foi bem dado pela maioria da população: Queremos reformas; queremos soluções efetivas; queremos dignidade.   

As alterações foram significativas para a legislatura a partir de 2019. Parlamentos, com novas caras, vão ser energizados, principalmente o Congresso Nacional. Uma nova forma de fazer política é a esperança. A tendência é entrarmos em um período de mais ecos das ruas voltados aos interesses do país, não partidário, não ideológico.

No próximo dia 28 acontece o segundo turno para eleição do presidente da República entre os dois candidatos mais votados no primeiro, Jair Bolsonaro (46,03%) e Fernando Haddad (29,28%).  Não vai ser um clássico. Distante disso. É uma disputa do que foi possível, com respectivas identidades. Não há riscos ao fascismo, ao comunismo nem ao anarquismo, a despeito do abusivamente alardeado. Que tudo ocorra em paz.

As discussões já estão vogando. Que sejam claras, sem subterfúgios. A rigor não se deve ter preconceitos políticos quanto a ideias. Isto pode significar patrulhamento, como nas ditaduras (vide algumas da América Latina). Cada um tem sua visão do mundo e da realidade à sua volta. Portanto, as diferenças de opiniões têm que ser compreendidas. E, respeitar o resultado final do pleito é obrigação de todos. Felizmente nossas instituições estão funcionando, e devem ser fortalecidas e respeitadas cada vez mais, isto sim, uma garantia às liberdades, pois só a democracia nos interessa.

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