MANIFESTAÇÃO

Estudantes pró-Palestina permanecem em Columbia e ocupam prédio histórico

Estudantes estenderam a ocupação e estão, desde a madrugada desta terça-feira (30), também no edifício Hamilton Hall

Publicado em: 30/04/2024 17:17

Manifestantes do acampamento pró-Palestina mostram uma faixa enquanto se barricam dentro do Hamilton Hall (Foto: ALEX KENT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)
Manifestantes do acampamento pró-Palestina mostram uma faixa enquanto se barricam dentro do Hamilton Hall (Foto: ALEX KENT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)
Os atos pró-Palestina acontecem em mais de 80 universidades dos Estados Unidos e até o momento cerca de mil pessoas já foram detidas em todo o país. 
 
Após a direção da prestigiada universidade da Columbia, o epicentro dos protestos pró-palestinos nos EUA, iniciar o processo da suspensão de alunos que se recusaram a deixar o campus, os estudantes estenderam a ocupação e agora estão também no histórico edifício Hamilton Hall, desde a madrugada desta terça-feira, contra ainda a posição da Columbia em não parar de investir em Israel. “Dezenas de estudantes da Universidade de Columbia ocupam Hamilton Hall, local da ocupação de 1968, em protesto contra a cumplicidade de Columbia no genocídio. Tomar um prédio é um risco pequeno comparado à resistência diária dos palestinos em Gaza. À medida que nos aproximamos da invasão planejada por Israel a Rafah,que agora que agora abriga mais de 1,5 milhão de palestinos deslocados, é mais urgente do que nunca combater as contribuições da Columbia para o contínuo assassinato, mutilação e fome forçada de milhões de palestinos”, declarou os alunos em um comunicado em conjunto.
 
A Casa Branca condenou nesta terça-feira a ocupação do emblemático edifício Hamilton Hall. "O presidente Biden respeita o direito à liberdade de expressão, mas os protestos devem ser pacíficos e legais. A tomada de edifícios à força não é pacífica, é um erro. E o discurso de ódio e os símbolos de ódio não têm lugar na América", disse Andrew Bates, secretário de imprensa adjunto da Casa Branca.
 
A direção da Columbia aconselhou os membros da universidade a se manterem afastados do seu principal campus de Morningside Heights, enquanto os manifestantes permanecem dentro do edifício. Por outro lado, os estudantes de Columbia consideraram ridículas as ameaças de suspensão feitas pela direção da instituição de ensino no ultimato para que acampamento fosse removido do campus. “Estes estudantes estão apenas exercendo o seu direito ao protesto. Esta sempre foi uma escola em que isso foi feito, foi sempre um exemplo de onde os movimentos estudantis se juntaram para fazer as mudanças acontecerem. Estas ameaças por parte da presidente vão completamente contra aquilo que esta universidade sempre defendeu” avaliou um aluno do acampamento, numa posição compartilhada pelos outros manifestantes.
 
Os estudantes também garantem que não há lugar para ódio no acampamento, rejeitando qualquer ligação a casos de ataques a alunos judeus. Os alunos reivindicam três condições para deixar o prédio do Hamilton Hall: desinvestimento, transparência financeira e anistia aos estudantes suspensos pela Columbia por não desistirem do protesto no campus.

A presidente da Columbia, Minouche Shafik, havia instado os estudantes a deixarem o acampamento após o fracasso das negociações iniciadas na semana passada. Num documento distribuído aos manifestantes, a universidade exigiu ontem que o local fosse evacuado sob pena de suspensão. Entretanto, depois do prazo, a situação permanece inalterada.
 
Enquanto isso, as pesquisas revelam que cerca de 81% dos eleitores jovens americanos reprovam a administração de Biden na política externa em relação ao Oriente Médio.
 
Já o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, chegou hoje a Israel para pressionar mais uma vez o governo israelita para conseguir um novo cessar-fogo com o Hamas, aguardado pela comunidade internacional.  Blinken ainda busca convencer as autoridades israelitas de evitar a operação em Rafah, no sul de Gaza.