Acessibilidade em pauta

Ana Rita Suassuna
Secretária de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife

Publicado em: 20/03/2018 03:00 Atualizado em: 20/03/2018 00:20

Lançado em 17 de março de 2013, no início da gestão do prefeito Geraldo Julio e no marco das comemorações do aniversário do Recife, o Projeto Praia sem Barreiras é uma revolução silenciosa que se instalou na Praia de Boa Viagem, para ficar. Fruto de uma parceria entre a Prefeitura do Recife, a Empetur e a Uninassau, o projeto permitiu, ao longo desses anos, que pessoas com deficiência que há anos não frequentavam a praia voltassem a esse espaço de lazer com segurança, cuidado e atenção.

Mais de oito mil pessoas com deficiência e mobilidade reduzida já foram acolhidas na arena do projeto, que conta com uma rota acessível desde a Avenida Domingos Ferreira, com estudos para sua expansão desde o terminal de passageiros localizado no Shopping Recife. Importante destacar que o projeto vai muito além de uma oportunidade de banho de mar monitorado por alunos e professores dos cursos de fisioterapia, educação física e turismo da Uninassau. A repercussão para a saúde e o bem-estar dos seus usuários é explícita, favorecendo a reabilitação de crianças e adultos com melhoras significativas na qualidade de vida. Ainda há que se registrar a extensão do benefício a quem cuida, já que mães, pais e cuidadores em geral podem usufruir de momentos de lazer e interação com outras pessoas com as mesmas responsabilidades, dificuldades e alegrias cotidianas.

É importante destacar que a política pública de direitos humanos do Recife vai muito além das incumbências da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos, que é a responsável pela execução do Praia sem Barreiras na capital pernambucana. Ela se espraia nas diversas áreas de atuação do poder público municipal, de modo a produzir as transformações necessárias e há muito reivindicadas.

Na área da educação, por exemplo, são cinco vans e 11 micro-ônibus adaptados para transportar alunos da rede municipal de educação do Recife que têm grandes comprometimentos na locomoção e oito escolas com salas bilíngues nas quais crianças surdas da rede pública aprendem em português e em libras. Mais recentemente, com o advento do Carnaval, a cidade experienciou, mais uma vez, ações voltadas à inclusão da pessoa com deficiência nos festejos de momo, como o Camarote da Acessibilidade no Galo da Madrugada e o espaço prioritariamente reservado para as pessoas com deficiência na área frontal do palco do Marco Zero.

Outro aspecto a ser celebrado é o conjunto de normas municipais aprovadas no último ano e que ampliam a cidadania das pessoas com deficiência. Foram 15 novas leis em 2017, o que demonstra a estreita sintonia com o Legislativo em torno dessa pauta. Uma delas é a que estabeleceu o Fundo Municipal da Pessoa com Deficiência, possibilitando que pessoas físicas e jurídicas contribuam para o fortalecimento dessa importante política pública.

Para construir uma cidade sem barreiras, é importante começar uma verdadeira revolução que envolve a mudança de atitude, nos corações e mentes das pessoas, pois são estas atitudes que verdadeiramente incluem pessoas sem e com deficiência e as colocam onde elas querem estar.

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