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'A Natureza das Coisas Invisíveis', destaque nos festivais, entra em cartaz no Recife

Estreia em longa da diretora Rafaela Camelo, 'A Natureza das Coisas Invisíveis' foi um dos filmes brasileiros mais premiados do ano

Andre Guerra

Publicado: 27/11/2025 às 06:00

 /Divulgação

(Divulgação)

Chega aos cinemas nesta quinta-feira (27) uma das grandes surpresas do cinema brasileiro do segundo semestre: o drama A Natureza das Coisas Invisíveis. Dirigido pela brasiliense Rafaela Camelo, estreante em longas-metragens, o filme já se tornou um dos lançamentos nacionais mais premiados do ano, com aclamação no Festival de Gramado, no Festival de Brasília, na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e, na última semana, na Mostra de Cinema de Gostoso, onde venceu o prêmio do júri da imprensa.

Na trama, duas meninas da mesma idade, Glória (Laura Brandão) e Sofia (Serena), criam uma amizade intensa após se conhecerem no hospital. Ambas precisam lidar com a finitude de maneiras distintas e, à medida que suas mães (Larissa Mauro e Camila Márdila) também se aproximam, tudo se transforma profundamente.

Ambientando sua segunda metade no campo, A Natureza das Coisas Invisíveis explora sentimentos dolorosos e complexos sob o prisma infantil, mas frequentemente alterna o protagonismo para o mundo adulto. Assim, encara — junto ao espectador — a dura realidade da perda em paralelo ao reencontro com a vida.

Em conversa exclusiva com o Viver, a diretora se mostra surpresa com a repercussão que o filme vem ganhando nos festivais, sobretudo com o reconhecimento da comunidade LGBTQIAPN+, já que o roteiro aborda a questão trans por meio de uma das personagens. “Não esperava essa reação tão calorosa que o filme vem recebendo por onde passa. Nossa ideia nunca foi colocar a questão de gênero como o conflito principal da personagem, então ver isso ressoar dessa maneira me trouxe uma grande alegria”, afirma Rafaela, que vinha se destacando em curtas como O Mistério da Carne (2018) e Miçanga (2023).

“Apesar de não trazer pautas femininas de forma direta, ele revela várias delas. Essas mulheres, afinal, estão vivendo a solidão da maternidade solo. Muitas diferenças ficam evidentes na forma de maternar de cada uma e, ao mesmo tempo, é uma história de conciliações”, aponta Camila Márdila. “É uma relação que faz com que elas se sintam melhores consigo mesmas. Nada é velado nesse filme.”

“Contracenar com criança está em um lugar tecnicamente bem diferente de atuar com adulto. Minha relação com a Laura, que interpreta a Glória, foi muito aprofundada nos ensaios. Queria criar uma intimidade verdadeira com ela. Quando essa construção é real, ela aparece na tela. Saímos algumas vezes, conheci a casa dela, trocamos confidências e nos tornamos amigas antes de sermos mãe e filha na ficção”, revela Larissa Mauro.

A Natureza das Coisas Invisíveis já está em cartaz nos cinemas do Recife.

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