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GHOST OF YOTEI

Ghost of Yotei: Devs dão detalhes da produção das belezas naturais de Hokkaido

Playstation também divulgou curiosidades e história da antiga Ezo

Antônio Gois

Publicado: 27/10/2025 às 19:39

Still de 'Ghost of Yotei'/Divulgação/Sony Interactive Entertainment

Still de 'Ghost of Yotei' (Divulgação/Sony Interactive Entertainment)

Ghost of Yotei, o mais recente lançamento exclusivo da PlayStation, impressionou jogadores ao redor do mundo com seus visuais vibrantes, dramáticos e vivos. A paisagem gélida e selvagem de Hokkaido, a ilha mais setentrional do Japão, ganhou os holofotes por sua beleza natural, retratada com apuro técnico pela Sucker Punch, desenvolvedora do game.

Pensando nisso, o PS Blog divulgou um material técnico onde devs que trabalham no título detalharam o processo da criação do mundo. Desse modo, separamos os maiores destaques divulgados pelo estúdio.

MUNDO

Still de 'Ghost of Yotei' - Divulgação/Sony Interactive Entertainment
Still de 'Ghost of Yotei' (crédito: Divulgação/Sony Interactive Entertainment)

Em relação ao mundo, Adrian Bentley, diretor de programação da Sucker Punch, destaca que o objetivo era fazer os jogadores se sentirem livres e seguir a própria curiosidade para explorar o mapa. “Ao fazer o protótipo da nossa visão de exploração livre, achamos que seria mais eficaz se os jogadores pudessem olhar uma linda paisagem e seguir a curiosidade para encontrar seu jogo. De uma perspectiva técnica, capturar essa sensação exigiu linhas de visão mais amplas, o que significa melhor renderização para grama, terreno e montanhas à distância”, escreveu.

“Melhoramos a aparência das montanhas distantes incluindo modelos e materiais de terreno detalhados nas texturas que podíamos exibir em mais detalhes. Também dobramos a quantidade de grama e itens renderizáveis que nosso renderizador com computação na GPU pode produzir”, detalhou.

Para a sequência em que é apresentado o título do game, Bentley explicou que mais de 60 mil objetos individuais, entre árvores, pedras e gramado, foram renderizados gerar G-buffers e formar a imagem final.

Still de 'Ghost of Yotei' - Divulgação/Sony Interactive Entertainment
Still de 'Ghost of Yotei' (crédito: Divulgação/Sony Interactive Entertainment)

Em outro ponto, o diretor destaca a importância de Atsu, a protagonista do game, interagir com o cenário. Para isso, foi criado uma espécie de ‘buffer de corte’, usado pelas geometrias cortáveis para gerar partículas com a geometria acima do corte. Assim, podemos cortar as folhas e gerar movimento com isso.

Outro efeito visual que chamou atenção foram as nuvens. Bentley pontuou que queria dar impressão instável e nebulosa para elas, especialmente as que interagem com o Monto Yotei. “Para possibilitar movimentos mais rápidos das nuvens sem gerar artefatos indesejados, armazenamos a profundidade visível média de cada texel no mapa das nuvens (medido com a câmera), o que nos permitiu usar técnicas de mapeamento parallax enquanto rolávamos cada quadro das nuvens. (Também mesclamos três quadros de nuvens, em vez de dois, o que resulta em movimento ainda mais suave.) Ao armazenar o quadrado da profundidade visível no mapa de nuvens, podemos reconstruir uma simples distribuição estatística da opacidade das nuvens com cada raio”. Essa tecnologia permitiu definir o quanto as nuvens poderiam obscurecer as geometrias do que estava sob ela.

RAY TRACING

Still de 'Ghost of Yotei' - Divulgação/Sony Interactive Entertainment
Still de 'Ghost of Yotei' (crédito: Divulgação/Sony Interactive Entertainment)

Um grande destaque dos games na atualidade é a presença do traçado de raios, ou ray tracing, como é comumente chamado. Amado por alguns e odiado por outros, o ‘RTX’ está presente em Yotei de uma forma diferente.

Como não existem muitas superfícies espelhadas no mapa, a função do traçado de raios aqui foi de melhorar a iluminação geral. “Atacamos isso em duas frentes: primeiro com um modelo de iluminação melhorado e mais automatizado, que então poderíamos aprimorar com iluminação global de traçado de raio (RTGI) de curto alcance. Isso exigiu mudanças significativas em nosso formato de streaming de meshs, permitindo descompactar dinamicamente as estruturas de aceleração usadas pelo hardware de traçado de raio”.

No PS5 Pro, o modo com traçado de raios pode ser ativado sem sacrificar os 60 quadros por segundo. No PS5 base, o modo com o RTX funciona com cerca de 40 qps.

Isso também foi possibilitado pelo uso do PSSR, feature de upscaling que gera quadros por inteligência artificial, como o DLSS, da NVidia. “O PSSR funcionou muito bem para nós com apenas alguns ajustes, incluindo executar rasterização conservadora para partículas pequenas. Em comparação, nosso algoritmo de upsampling padrão requer auxílio de hinting e authoring para alcançar bons resultados”, contou Bentley.

‘FUJI DE HOKKAIDO’

Still de 'Ghost of Yotei' - Divulgação/Sony Interactive Entertainment
Still de 'Ghost of Yotei' (crédito: Divulgação/Sony Interactive Entertainment)

O Monte Yotei é, sem dúvidas, um dos grandes personagens da jornada de Atsu por Hokkaido, antigo nome da região de Ezo.

Carinhosamente apelidado de "Ezo Fuji" por sua forma cônica impressionante que lembra a montanha sagrada, o Monte Yotei é na verdade um estratovulcão - caracterizado pela formação de camadas alternadas (estratos) de lava endurecida e materiais como cinzas, fragmentos de rocha de erupções passadas. Devido a essas características e à natureza explosiva de suas erupções, esses vulcões acumulam material, desenvolvendo um perfil simétrico e alta altitude - inativo. Sua última erupção ocorreu há cerca de 5.000 anos, mas sua presença continua a ser uma força constante na paisagem. No verão, as trilhas de caminhada levam alpinistas ao cume, a 1.898 metros de altitude, onde vistas panorâmicas do Mar do Japão e do Oceano Pacífico se estendem até o horizonte. A flora alpina, com cerca de 80 tipos de plantas, cobre as encostas e transforma a montanha em um espetáculo de cores. Já no inverno, a região se torna um paraíso para esquiadores e snowboarders, especialmente nas estações de Niseko, conhecidas mundialmente pela qualidade da neve.

Mas o Monte Yotei é mais do que um destino de aventura. Ele está no coração de uma região com uma história rica e complexa.

No período Edo, em que a trama do jogo é ambientada, o território era conhecido como Ezochi e era habitado principalmente pelo povo indígena Ainu. Diferente da cultura japonesa continental, os Ainu são um povo caçador-coletor com uma religião baseada no animismo, a crença de que tudo na natureza, de animais a montanhas, possui um espírito, chamado kamui. A coexistência entre os Ainu e os japoneses foi marcada por conflitos e trocas comerciais, um contexto histórico que promete ser explorado em detalhes em Ghost of Yotei.

A popularidade do jogo pode inspirar uma nova onda de turismo, mas é fundamental que os visitantes se preparem adequadamente, já que as condições climáticas no Monte Yotei podem ser rigorosas, e o respeito à natureza e às comunidades locais é essencial. Além de praticar esportes de inverno, os turistas podem relaxar nas muitas fontes termais (onsen) da região, explorar vilarejos charmosos e se deliciar com a culinária local, que inclui frutos do mar frescos e especialidades como as famosas batatas de Hokkaido.

A área ao redor do Monte Yotei é um paraíso de aventura que atrai visitantes em todas as estações do ano. No inverno, o foco é a neve lendária. O principal polo de esqui é Niseko, um complexo de quatro grandes estações de esqui interligadas — Grand Hirafu, Hanazono, Annupuri e Niseko Village — todas com vistas espetaculares para a montanha. Niseko é famosa mundialmente pelo volume e qualidade de sua neve em pó, que atrai esquiadores e snowboarders de todos os cantos do planeta. A vida noturna é agitada, com muitos bares e restaurantes de alta gastronomia que servem desde a culinária japonesa tradicional até pratos internacionais.

No entanto, a beleza de Yotei não se resume à neve. Na primavera e no verão, a paisagem se transforma em um paraíso verde. As trilhas que sobem a montanha se tornam ideais para caminhadas e escaladas. Para os que preferem atividades mais tranquilas, é possível fazer rafting nas águas cristalinas do Rio Shiribetsu ou andar de bicicleta pelos campos e plantações de batata. A região também é pontilhada por Onsens (fontes termais), como os de Rankoshi, que oferecem um banho relaxante com águas ricas em minerais, ideais para recuperar as energias depois de um dia de exploração.

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