REC'n'Play 2025 dedica programação extensa à cultura com música, debates e intercâmbios
Reconhecido como polo tecnológico, o REC’n’Play 2025 se expande em múltiplas frentes, integrando música, intercâmbios culturais e debates em uma programação plural
Publicado: 15/10/2025 às 04:00

Entre os destaques da vasta programação cultural do REC’n’Play 2025 estão os shows de Catto e Fitti, além do DJ Big na Batalha de MC’s. (Fotos: Gustavo Koch e Divulgação)
Enquanto se firma como o maior evento gratuito de tecnologia e inovação do Brasil, o REC'n'Play 2025 promove uma verdadeira imersão no futuro. Para além dos debates dominados por inteligência artificial e redes sociais, a alma do Recife exige sua expressão máxima: a cultura. A resposta do festival é uma celebração musical robusta. Serão mais de 100 shows gratuitos, entre esta quarta-feira (15) e sábado (18), distribuídos em sete palcos que, privilegiando a produção pernambucana, também abrem espaço para talentos de todo o país.
A curadoria que define esse espírito pode ser vista em detalhes no tradicional Palco Recife Cidade da Música, instalado no Cais da Alfândega. Dominado por atrações locais, aparecem nomes consagrados como Ave Sangria e Otto, além do duo Barbarize, na quinta-feira. Já na sexta, o destaque fica por conta da talentosíssima Joyce Alane e da banda Del Rey, projeto aclamado da parceria entre Mombojó e Chinaina. Também sobe ao palco a icônica sambista Sandra Sá, confirmando o bom gosto da seleção musical. A mistura de ritmos brasileiros segue no Palco Frege com a Caná Caiana, um dos nomes mais promissores da nova geração pernambucana, na quinta.
O palco Pernambuco Meu País, como o nome já anuncia, é um mergulho na identidade cultural do estado, mas sem se fechar às conexões com o resto do país. Na sexta, essa vocação se expressa nas vozes de Luana Tavares, que apresenta seu primeiro EP solo, Outro Astral, do cantor Fitti, cuja trajetória ganhou reconhecimento no Grammy Latino com o álbum Transespacial, e até mesmo na presença da gaúcha Catto, com o recém-lançado Caminhos Selvagens. Para o encerramento no sábado, as icônicas Cordel do Fogo Encantado e Academia da Berlinda comandam a noite ao lado da percussão do Boi Estrela Solar, do Maracatu Leão Dourado e do Afoxé Omim Sabá.
Em paralelo à celebração das tradições, o REC'n'Play também investe nas conexões transatlânticas. Uma delas é o TREMPO, espaço que integra a Temporada França-Brasil 2024 e funciona como laboratório de criação entre artistas de Recife e Nantes. As residências dos músicos Idlibra (Recife) e Aasana (Nantes) mostram como a música eletrônica pode ser um território de encontro, acompanhadas pelas seleções internacionais de Batukizer, DJ 440 e Mathieu Souchet O intercâmbio também chega à mesa, com uma programação gastronômica criada a quatro mãos pelos chefs Thiago das Chagas (Recife) e Léo Huet (Nantes).
Potencializadora do movimento hip hop em Pernambuco, a Jornada de MC’s celebra 20 anos de existência no REC’n’Play com o tema “Periferia: A Resistência que Muda o Futuro” e curadoria de Anderson Santos, conhecido como Dj Big, entre esta quarta e sábado. A programação – que ocupa tradicionalmente a Rua do Bom Jesus – tem atrações nacionais como BNegão (RJ), Nega Gizza (RJ), pastor Henrique Vieira (RJ) e B-Boy Pelezinho (SP), além de representantes locais como Okado do Canal, Leo Custom Art e Tiger, que lançará o disco Tiger e a Patota com seu grupo durante o evento.
A discussão sobre território e resistência é fortalecida com a presença da Futuro Black, empresa social que levará ao festival três atividades conectando dados, raça e empregabilidade ao longo de hoje, sexta e sábado. Nos debates, nomes como a cantora Raquel Virgínia e a DJ Gaby Lima trazem perspectivas de quem atua na linha de frente da cultura, mostrando que, no REC'n'Play 2025, a música se faz presente em todos os tons, ritmos e gerações.

